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Preconceito Literário — por Ceres Marcon
Preconceito Literário — por Ceres Marcon

 

PRECONCEITO LITERÁRIO

 

No decorrer desses últimos anos tenho lido e relido artigos em sites, jornais, blogs e revistas literárias a respeito do que é Literatura, ou alta Literatura em contraponto com a chamada Literatura de massa, ou de entretenimento.
Lembro, também, da polêmica criada por uma escritora brasileira famosa ao mencionar que Harry Potter não é Literatura.

 

Copiando uma colocação de Todorov: "Quem ousaria hoje decidir entre o que é literatura e o que não o é, diante da irredutível variedade de escritos que se lhe costuma incorporar, sob perspectivas infinitivamente diferentes?”

 

Para quem não lembra, a Literatura de massa surgiu com o capitalismo e com a ascensão da classe burguesa. Havia, nesse período, a necessidade de construir uma arte mais popular e, então, houve o rompimento dos escritores com o Classicismo. Surgiu, então, o chamado folhetim, no século XIX, na França. 

 

O folhetim teve seu nome derivado das "folhas internas" do jornal. Tratava-se de um sub-produto, apresentado internamente, e nunca possuía um lugar de destaque no jornal. Melhor dizendo, compunham o "rodapé".

 

Em julho de 1836 Émile de Giardin, editor do jornal francês La Presse, começa a publicar em rodapés de jornais os romances seriados que vêm a ocupar todo o espaço do folhetim.

 

A partir de então, a Literatura ficou mais acessível para os leitores e para a publicação. Grandes escritores foram publicados assim: A Menina Velha, de Honoré de Balzac, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, e Os Mistérios de Paris, de Eugène Sue, são alguns deles.

 

Mas o meu propósito não é falar sobre a história da Literatura e, sim, sobre o preconceito literário. E, o que vejo são escritores desmerecendo outros escritores pelo gênero de Literatura que produzem.

 

Em A Arte de Escrever, Schopenhauer diz que “um livro nunca pode ser mais do que a impressão dos pensamentos do autor”. Então, tudo o que eu colocar nas minhas histórias são, sim, o que eu trago dentro de mim. São meus entendimentos de mundo e de humanidade que serão diferentes de muitos dos que se aventurarem a ler o que escrevo.

 

Quando escrevo, quero atingir ao meu leitor. Aqueles que apreciam a minha forma de escrever, as minhas impressões. Não escrevo para eruditos, escrevo Literatura de Massa, ou, se preferirem, de entretenimento.

 

Se cada autor escreve sobre o que traz dentro de si, por que tanto preconceito com aquilo que não faz parte do nosso universo preferido de leituras? Por que “vomitar” nossos gostos por aí como se fossem diamantes únicos e só eles fossem aqueles pelos quais valeria à pena garimpar? 

 

Acredito que há público para todos os gêneros: autoajuda, biografias, religiosos, romances de época, policiais, terror, fantasia… Não há a menor necessidade de menosprezar a obra de quem quer que seja.

 

No fundo, no fundo, esse “mimimi” todo pelo sucesso do outro eu defino com uma palavra: inveja.

Fontes de pesquisa:
Meta Jornalismo
http://metajornalismobrasil.blogspot.com.br/2009/04/um-capitulo-por-dia-historia-dos.html
Brasil Escola 
http://monografias.brasilescola.com/educacao/a-literatura-cultura-massa.htm
Literatura Para quê? 
http://www.ichs.ufop.br/conifes/anais/LCA/lca3004.htm

Ceres Marcon
19/08/2015