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Escolas Literárias III
Escolas Literárias III

ESCOLAS LITERÁRIAS III       

 

ROMANTISMO

PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX

EUROPA

O movimento literário conhecido como Romantismo coincide com um período agitado da história da Europa:  a Revolução Francesa e o Império Napoleônico.  Esses fatos significaram a liquidação, na Europa Ocidental, das instituições do Antigo Regime, muitas das quais eram mantidas desde a Idade Média.  A burguesia substituiu a nobreza como classe dominante e as relações sociais se modificaram.  O Romantismo, que foi uma reação contra o Arcadismo, exaltava a beleza ideal, a tradição e o nacionalismo, ao mesmo tempo em que demonstrava profunda aversão ao Absolutismo.

 

A produção literária da época foi efervescente.  Destacam-se no período:

 

Inglaterra:  Lord Byron, Percy Bysshe Shelley, John Keats, jane Austen, Walter Scott.

Alemanha:  Johann Wolfgang Goethe, Friedrich Schiller, George Wilhelm Friedrich Hegel.

França:  Alphonse de Lamartine, Victor Hugo, Alfred de Vigny, Alfred de Musset, Franços-René de Chateaubriand, Alexandre Dumas, Alexandre Dumas Filho.

Itália:  Giacomo Leopardi, Alessandro Manzoni.

Rússia:  Alexandr S.Pushkin, Nikolai Gogol.

Estado Unidos:  Edgar Allan Poe, James Cooper, Nathaniel Hawthorne.

 

LITERATURA

O Romantismo não foi só um movimento literário, mas uma expressão total do espírito.  O individualismo, a melancolia, o gosto pelo pitoresco e pelo fantástico, a exaltação da natureza, o espírito idealista, mesmo não sendo novidades no século XIX, encontraram sua expressão literária mais desenvolvida.  A Grécia e a Idade Média foram dois pontos de referência para o homem romântico, que enxergou no mundo clássico, a harmonia e o equilíbrio nunca recuperados, e no mundo medieval, uma época de fantasia e sonho.

 

CARACTERÍSTICAS

- O coração, a sensibilidade.

- Subjetivismo, fantasia.

- Temas cristãos e nacionais.

- Retorno à cultura medieval.

- A democratização da arte.

- Arte feita para o povo.

- Originalidade.

- Liberdade criadora.

- O particular, o individual.

- Melancolia.

- Cristianismo.

- O universo sou “eu”.

- Metáforas.

- Expressão do irracional e exuberante.

- Sentimentalismo doentio.

- Idealismo aéreo.

- Olhos no passado.

- Espiritualismo.

- Fantasia e imaginação criadora.

- Arrebatamento de ideias.

- Arte como possibilidade de evasão.

- Negligência formal.

- O poeta se lamenta.

- A beleza do poema está no conteúdo.

 

REALISMO

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

EUROPA

Após a reação absolutista que se seguiu à Revolução Francesa, a burguesia liberal se consolidou como classe dominante.  O ciclo cultural próprio da época, o Romantismo, inspirou ideais de unidade nas nações que ainda não haviam superado a fragmentação de seus territórios e desejos de emancipação nos povos submetidos à dominação estrangeira.  Entretanto, a Revolução Industrial e a expansão colonial modificaram radicalmente o panorama histórico europeu.  As transformações tecnológicas propiciadas pela Revolução Industrial modificaram as estruturas sociais, alteraram as relações de trabalho e impulsionaram o desenvolvimento.  O dinamismo imprimido à economia afetou a vida das pessoas e os movimentos artísticos, que passaram a refletir essa nova situação histórica.

 

Os representantes mais importantes da época realista são:

 

França:  Henry Beyle (Stendhal), Honoré de Balzac, Gustave Flaubert, Émile Zola, Guy de Maupassant, Jules Verne.

Inglaterra:  Charles Dickens, Robert Louis Stevenson, Lewis Carroll.

Rússia:  Fiodor Dostoievski, Leon Tolstoi.

Portugal:  José Maria Eça de Queirós.

Estados Unidos:  Herman Melville, Mark Twain.

 

LITERATURA

O tom intimista e subjetivo da literatura romântica foi se apagando para dar lugar ao exercício da objetividade.  A observação da realidade externa e próxima e a preocupação com o cotidiano superaram o gosto pelo exótico, pelo fantástico e pelo irreal.  Alguns traços de romantismo tardio ainda resistiram mas o idealismo romântico foi aos poucos substituído por um conceito prático da vida.  O progresso material, o predomínio da classe burguesa e a criação de novos inventos revolucionaram a natureza da sociedade e a qualidade da vida humana.  O romance foi o gênero que melhor representou o novo homem e a nova época.

 

CARACTERÍSTICAS

- Observação impessoal.

- Idealismo reformador.

- Olhos no presente.

- Panteísmo.

- Supremacia da verdade física.

- Materialismo otimista

- Objetividade.

- Exatidão e veracidade.

- Temas cosmopolitas.

- Documentação da realidade.

- Análise, reflexão, observação.

- Espírito científico.

-República.

- A atualidade.

- O mundo como ele é.

- O autor observa.

- Preocupação com o estilo.

- Tendência a retratar a realidade interior.

- Romance psicológico.

 

PARNASIANISMO

A poesia parnasiana foi contemporânea ao movimento realista na prosa.  Na segunda metade do século XIX os poetas procuraram abster-se dos excessos líricos subjetivos próprios do Romantismo.  A tendência então era de um maior rigor formal e conceitual.  Sem renunciar à expressão direta da experiência individual, os poetas buscavam a perfeição da linguagem, ao mesmo tempo em que os versos adquiriam conteúdos de maior intensidade.  O Parnasianismo pregava a “arte pela arte”, ou seja, a rejeição do mundo vulgar em nome da busca da beleza absoluta.

 

CARACTERÍSTICAS

- Poesia aristocrática

- A arte é luxo.

- Rigor formal.

- Panteísmo.

- O poeta descreve.

- Volta à cultura clássica.

- Poema frio.

- Positivismo.

- Impassividade.

- Afastamento.

- Preferência pelo soneto.

- Aniquilamento do eu.

- A beleza do poema está na forma.

 

NATURALISMO

(Vertente do Realismo)

Durante o apogeu do Realismo cultivaram-se dois tipos de obras, as realistas e as naturalistas.  Os dois tipos possuíam os mesmos princípios; a diferença estava no grau de cientificismo empregado e no modo de enfocar a sociedade contemporânea.  O Naturalismo é um tipo exagerado de Realismo, devido ao excessivo apego que demonstra pelas leis naturais.

 

CARACTERÍSTICAS

- O autor experimenta.

- Profunda preocupação social.

- Preocupação com a vida.

- Tendência em retratar a realidade exterior.

- Fala de experiências que só a ciência poderia realizar.

 

SIMBOLISMO

FIM DO SÉCULO XIX, INÍCIO DO SÉCULO XX

EUROPA

Em 1886 o movimento parnasiano sofreu uma cisão, quando alguns poetas lançaram o “Manifesto Simbolista”, propondo que a realidade se relacionava mediante correspondência e era percebida somente através da evocação.  Iniciado na França, por Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé, o Simbolismo encontrou ressonância em praticamente todos os países da Europa e também nos Estados Unidos.

 

Os artistas que mais se destacam são:

 

França:  Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Stéphane Mallarmé, Arthur Rimbaud.

Inglaterra:  Alfred Tennyson, Robert Browning, Oscar Wilde, George Bernard Shaw.

Portugal:  Eugênio de Castro, Antônio Nobre, Camilo Pessanha.

Itália:  Giosué Carducci.

Espanha:  Gustavo Adolfo Bécquer.

Estados Unidos:  Walt Whitman, Emily Dickinson.

 

LITERATURA

Em Portugal a manifestação do Simbolismo esteve atrelada às revistas Os Insubmissos e Boêmia Nova, fundada por estudantes de Coimbra.  Eugênio de Castro, que se enquadrou ao novo gênero importado da França, é considerado o introdutor do Simbolismo em Portugal.

 

CARACTERÍSTICAS

- Interioridade.

- Culto do sonho.

- Ideias desconexas, envoltas em sombra, em névoa.

- Poema endereçado à emoção.

- Aproxima-se da música.

- O poema sugere, através do som, sensações ao inconsciente.

- Volta ao Romantismo.

- Ideia nebulosa.

- Rimas elaboradas em nome da música.

- Contém os germes dos movimentos de vanguarda,

 

MODERNISMO

INÍCIO DO SÉCULO XX, SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX

EUROPA

A literatura do século XX surgiu de uma ruptura com os valores em vigor.  A crise de consciência da burguesia provocou o afastamento de intelectuais das posições políticas e culturais de sua própria classe.  As duas guerras mundiais serviram para demonstrar que os avanços da ciência e da tecnologia não tinham conseguido fazer a vida do homem mais feliz. Os escritores sentiam urgência em revisar os valores herdados e substituí-los por outros novos.  Ao mesmo tempo, a psicanálise permitia a busca da intimidade como fonte da consciência.  Afirmou-se então a liberdade criadora e surgiram múltiplos movimentos de vanguarda, que agruparam tendências artísticas muito diversas.

 

Dentro deste contexto destacam-se os seguintes artistas:

 

França:  Guillaume Apollinaire, André Breton, Louis Aragon, Paulo Éluard, Paul Valéry, Paul Claudel.

Romênia:  Tristan Tzara.

Itália:  Filippo Tommaso Marinetti, Giuseppe Ungaretti, Eugenio Montale.

Inglaterra:  William Yeats, T.S.Eliot.

Alemanha:  Rainer Maria Rilke.

Portugal:  Fernando Pessoa.

Grécia:  Connstantin Kavafis.


LITERATURA

A literatura modernista foi influenciada por diversos movimentos de vanguarda, tais como:

 

CUBISMO:  o movimento cubista tinha como principal característica decompor a realidade para recompô-la livremente, mesclando conceitos e imagens.  O principal representante da arte cubista é Guillaume Apollinaire.

 

DADAÍSMO:  propunha a aniquilação absoluta de todos os valores estéticos e a criação de uma linguagem incoerente.  Trintan Tzara é seu maior representante.

 

FUTURISMO:  elaborado pelo italiano Marinetti, o futurismo exaltava aspectos da vida moderna, como as máquinas e a velocidade, e afirmava que a arte só podia ser injustiça, violência e crueldade.

 

SURREALISMO:  nascido na França, pelas mãos de André Breton, propunha uma liberação total do homem, que deveria concordar com a super realidade (daí o nome de Surrealismo, do francês sur-realité) existente no fundo de sua consciência.  Assim, segundo Breton, a poesia seria o instrumento perfeito para liberar o poder criador do homem.  O Surrealismo foi o mais importante movimento de vanguarda da era moderna e influenciou profundamente a literatura.

 

O Modernismo apresentou (e apresenta) diversas facetas nos vários países em que se desenvolveu.  Por sua quase contemporaneidade, torna-se difícil falar sobre todos os autores considerados importantes na literatura mundial.

 

CARACTERÍSTICAS

- Revistas literárias.

- Contra a literatura de tradição romântica e simbolista.

- Tentativa de derrubar as formas estéticas convencionais.

- Movimentos de vanguarda.

- Poesia irreverente.

- Ideologia irreverente.

- Ideologia irracionalista.

- Anti-humanismo.

-  Anticristianismo.

- Ruptura com o passado.

 

Cumpre lembrar que essa linha  periodológica é simplesmente uma convenção para facilitar a compreensão.  As datas não são precisas; são apenas datas convencionais.

 

Portanto, não podemos achar que, por exemplo, no ano de 1825 iniciou-se o Romantismo porque algum poeta declarou “A partir de hoje inicia-se o Romantismo” e pronto!

 

Nada disso.  Todo movimento literário é fruto de uma evolução lenta e gradual, e é influenciado pelo movimento anterior e por tendência novas; portanto, os movimentos literários não aparecem isolados uns dos outros, mas interligam-se, às vezes, de modo tão intenso que não podemos distingui-los.  Por isso, devemos ter sempre em mente dois conceitos bem definidos, para compreendermos a literatura:

- um movimento literário é sempre ele mesmo, mais o movimento anterior, mais o movimento posterior.

- cada período literário é influenciado e regido pelas características (políticas, econômicas, sociais, filosóficas, religiosas, geográficas morais, etc.) contemporâneas a ele.

 

Assim, a visão de mundo de cada período é diferente da nossa visão, hoje.  Cumpre ao leitor pesquisar e informar-se a respeito da posição histórica de cada período literário, para não obter apenas uma visão parcial do valor da obra que analisa.

 

Nunca se esqueça que o homem medieval não pensava e não vivia como nós; assim como o homem renascentista não pensava e não vivia como o homem medieval (e nem como nós), e assim por diante.

 

Fonte:  Difusão Cultural do Livro/Ensino Dinâmico de Pesquisa.