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Seis Livros Fundamentais de Vargas Llosa
Seis Livros Fundamentais de Vargas Llosa

CONHEÇA SEIS LIVROS FUNDAMENTAIS DE MARIO VARGAS LLOSA

Vencedor do Nobel de Literatura morreu neste domingo, deixando clássicos como "A Guerra do Fim do Mundo" e "A Festa do Bode"

 

Ao longo de seis décadas, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, que morreu neste domingo (13), no Peru, aos 89 anos, produziu uma obra prolífica que inclui romances, contos, ensaios, peças de teatro e artigos de jornal.

 

Veja, a seguir, alguns dos títulos de ficção mais célebres do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2010, nascido em 1936 em Arequipa.

 

Seis livros fundamentais de Mario Vargas Llosa:

"A Cidade e os Cachorros" (1963)

 

Escrito entre Madri e Paris, descreve o clima de violência no colégio militar Leoncio Prado, em Callao, onde o autor estudou na adolescência e ficou marcado pelo que viveu.

 

A obra, protagonizada por estudantes impetuosos (Cava, Poeta, Jaguar e o Escravo), é, por extensão, uma crítica dilacerante de um determinado conceito de masculinidade e da hipocrisia e ódio latentes em uma sociedade peruana altamente estratificada.

 

Sua técnica surpreendeu pela diversidade de pontos de vista, pelo tom fresco, pelo humor ácido e pela linguagem crua, características que deram à sua obra um contraponto ao costumbrismo regionalista que até então prevalecia na narrativa latino-americana.

 

A obra ganhou o prêmio Biblioteca Breve na Espanha, concedido pela editora Seix Barral, e contribuiu para o início do chamado boom latino-americano.

 

"A Casa Verde" (1966)

Ambientado em Piura (costa norte do Peru) e na floresta amazônica peruana, o filme entrelaça três histórias em torno de um prostíbulo conhecido como Casa Verde. Seu fundador é Don Anselmo, um empresário com passado desconhecido e sem escrúpulos.

 

Seu estilo mergulha na complexidade da técnica narrativa. Vargas Llosa constrói sua obra como um quebra-cabeça, com diálogos simultâneos e diferentes planos espaço-temporais.

 

Em carta ao autor antes da publicação, o escritor argentino Julio Cortázar elogiou o romance: "Basta contá-lo do seu jeito para que tudo aconteça em uma única instância narrativa, sem essa separação acadêmica entre 'descrição' e 'ação' típica do romancista comum".

 

"Conversa no Catedral" (1969)

Apelo contra a corrupção, o preconceito social e o autoritarismo, o livro tem uma frase de abertura que ficou marcada na literatura de língua espanhola: "Em que momento o Peru se ferrou?"

 

A história é protagonizada por Santiago Zavala, o Zavalita, um jovem jornalista de Lima, filho de um empresário que colaborou com a ditadura do general Manuel Odría (1948-1956).

 

A obra, com personagens diversificados e ancorada em uma história de homossexualidade oculta, impressionou pela extrema complexidade de sua construção, que contou com diálogos cruzados e multiplicação de tempos.

 

"Tia Julia e o Escrevinhador" (1977)

Nesta obra de cunho autobiográfico, Vargas Llosa dá forma literária à sua relação com a tia Julia Urquidi, divorciada e 10 anos mais velha (14 na ficção). Um relacionamento ao qual seu pai se opôs fortemente e que foi um escândalo na sociedade limenha na década de 1950.

 

O contraponto vem do personagem Pedro Camacho, um excêntrico roteirista de radionovela e colega de trabalho do jovem Varguitas.

 

"A Guerra do Fim do Mundo" (1981)

Ambientado em uma área pobre do nordeste brasileiro no final do século 19, o romance centra-se na Guerra de Canudos, um conflito entre a elite econômico-militar da recém-criada República e uma rebelião de agricultores reunidos em torno de Antônio Conselheiro, um pregador messiânico.

 

Trata-se de uma incursão fora dos cenários habituais de Vargas Llosa e cuja gênese se deve ao espanto causado por um livro do autor brasileiro Euclides da Cunha: Os Sertões (1902).

— Para mim, ele fez a primeira descrição estritamente americana de um evento americano — disse o autor peruano.

 

"A Festa do Bode" (2000)

Como no caso do colombiano Gabriel García Márquez, do paraguaio Augusto Roa Bastos ou do guatemalteco Miguel Ángel Asturias, na obra de Vargas Llosa não poderia faltar um livro com um ditador — no caso, o dominicano Rafael Trujillo.

 

Um romance "barroco", como ele o definiu, composto por três histórias interligadas e o assassinato do ditador como ponto focal.

 

Ao redigi-lo, o autor misturou documentação histórica e ficção para dissecar "o tipo de cumplicidade" na sociedade "que permite que ditaduras se perpetuem".

 

Fonte:  Zero Hora em 14/04/2025