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Em Águas Sombrias: de Paula Hawkins
Em Águas Sombrias: de Paula Hawkins

SUSPENSE PSICOLÓGICO E SEDUTOR

 

EM ÁGUAS SOMBRIAS (Editora Record, 362 páginas, tradução de Cláudia Costa Guimarães) é o novo romance de alto suspense psicológico de Paula Hawkins, nascida no Zimbábue em 1972.

Em 2015, a Record lançou no Brasil seu aclamado romance A GAROTA NO TREM, fenômeno global com 20 milhões de exemplares vendidos em 2016. Emily Blunt, Rebecca Ferguson e Haley Bennett estrelaram a película.

 

O livro EM ÁGUAS SOMBRIAS teve seus direitos de adaptação cinematográfica adquiridos pela DreamWorks Pictures e consolida a autora na área dos thrillers psicológicos, de muita aceitação pelos leitores e espectadores das telonas.

 

A narrativa se inicia, com sua verdade escorregadia, em 2015, e de cara vai envolvendo o leitor com a história da mãe solteira que aparece morta no rio que atravessa a cidade. Pouco tempo depois, uma adolescente vulnerável tem o mesmo destino. Não são as primeiras mulheres perdidas para essas águas escuras, e suas mortes causam uma perturbação no rio e em sua história, dragando dele segredos há muito submersos. A autora alterna no texto a primeira e a terceira pessoas, dependendo do relato das personagens. Bem e mal, verdade e mentira e outros aspectos mostram como Paula lida com a complexidade dos humanos. Ao leitor,não é dado um norte e os quadros narrativos são instáveis, turvos.

 

“É preciso ter cuidado com as superfícies muito calmas, pois nunca se sabe o que pode haver embaixo delas”, está dito na apresentação do livro. É bem por aí. Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã, mas Jules, como sempre, não atendeu seu telefonema. Jules foi obrigada a voltar ao único lugar do qual achou que havia escapado para sempre. Jules está com medo visceral. Medo do passado há muito enterrado na Casa do Moinho, da certeza que Nel jamais teria se jogado para a morte. Nel teve sempre uma relação frágil com a irmã e Jules a evitava.

 

Acima de tudo, Nel está com medo do rio e especialmente do trecho que todos chamam de “O Poço dos Afogamentos”. Este romance tem a mesma escrita frenética e a mesma caracterização precisa dos instintos humanos que a narrativa de A GAROTA NO TREM. Com um ritmo eletrizante, capítulos curtos e narrativa sedutora, Paula Hawkins vai superando as expectativas sobre histórias que contamos de nosso passado e sobre o poder que elas têm de destruir nosso presente.

 

Ao final, os leitores vão gostar desta história que mostra pessoas tentando se reconciliar com traumas e acontecimentos do passado e buscando redenção.

 

Fonte: Jornal do Comércio/Jaime Cimenti (jcimenti@terra.com.br) em 04/06/2017