A VERDADE HISTÓRICA, O FATO HISTÓRICO E O DOCUMENTO HISTÓRICO.
A VERDADE HISTÓRICA.
A verdade histórica é obtida através da crítica. A crítica é feita pelo exame, pela verificação da autenticidade e pela interpretação das fontes históricas. A crítica poderá ser externa ou interna.
A crítica externa indaga a natureza do documento, isto é,, se o texto é original ou cópia, se possui erros e se realmente é de determinada procedência ou autoria.
A crítica externa é importantíssima porque muitas vezes o historiador se defronta com falsificações, como, por exemplo, no caso da famosa Doação de Constantino, atribuída ao primeiro imperador cristão dos romanos. Hoje, sabe-se que o documento é falso, porém, durante a Idade Média, foi aceito e citado como verdadeiro.
A crítica interna, também chamada hermenêutica, visa ao valor objetivo do documento; indaga, pois, o que disse o autor e o que pretendia dizer.
A crítica de objetividade é a fase final da crítica histórica. Indaga se a fonte ou autor do documento era competente para conhecer a verdade, se era sincero e se estava apoiado por depoimento ou informações mais ou menos concordes. A verdade histórica só pode ser proclamada depois de severa crítica documental.
O FATO HISTÓRICO.
O estudo do fato histórico é o objeto da História. Ao contrário dos fatos físicos, químico ou mesmo de alguns fatos sociais, o fato histórico não se repete, pois o tempo é irreversível. Sua importância resulta de suas consequências políticas, sociais ou econômicas. Não são todos os acontecimentos que constituem a História. Um assassínio qualquer é apenas um fato do passado, mas o assassínio de César, pelas consequências extraordinárias que teve, é realmente um fato histórico, aliás, de suma importância.
Ao tratarmos dos fatos históricos deparamos com dificuldades desconhecidas dos físicos, químicos e matemáticos: a sua extrema complexidade, impeditiva aliás, de sua previsão. Até pouco tempo, discutia-se o caráter científico da História, alegrando-se que ela não possuía leis e, consequentemente, a previsibilidade dos fatos históricos era impossível. Hoje, o assunto está completamente superado.
Há um problema clássico, dado por Spencer, em defesa da Sociologia, que se aplica também em relação à História como ciência social que é. Seria possível, indaga Spencer, calcular-se com precisão em quantos pedaços explodirá uma mina, onde vão exatamente cair esses pedaços, com que volume, com que peso, e quais as mutilações que sofrerão? Evidentemente a resposta é negativa, embora todos os fenômenos físico-químicos da explosão estejam sujeitos a leis, muitas até já conhecidas. Não se pode fazer uma previsão completa do que sucederia na explosão da mina, em virtude da extrema complexidade dos elementos e fenômenos que nela intervêm, do mesmo modo que não poderemos prever de maneira rigorosa que, em tal dia de tal ano, haverá uma revolução na Espanha.
Hoje, no entanto, o historiador está capacitado a adquirir uma tal soma de conhecimentos, com auxílio de outras ciências, que não lhe é impossível prever, dentro de certos limites, o encaminhamento de uma civilização, prova de que a História possui leis, cuja complexidade e sutileza não lhes permite, porém, serem percebidas com a mesma facilidade das leis físicas e naturais.
Leia mais sobre Documentos Históricos, na página PORTUGAL EM DESTAQUE – 2014 aqui no site.