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O Império Romano do Oriente
O Império Romano do Oriente

 

A IDADE MÉDIA ORIENTAL

 

O IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE

 

A DECADÊNCIA ROMANA – A TETRARQUIA.

 

Nos fins do século IV de nossa era, o Império Romano compreendia o contorno europeu, africano e asiático do mar Mediterrâneo, quase toda a Europa Ocidental, o norte da Escócia e da Holanda, alastrando-se no Oriente até as montanhas da Armênia.  No entanto, já havia entrado em decadência e sofria a pressão dos povos bárbaros em suas fronteiras.

 

Diocleciano, eleito por seus soldados, julgou que seria impossível governar sozinho tão vasta região e apressou-se em chamar um de seus companheiros de armas, Maximiano, e dividir com ele a administração do Império.  Os dois imperadores tomaram o nome de “augustos” e nomearam dois outros soberanos adjuntos, Constâncio Cloro e Galério, com o título de “césares”.  Assim o governo ficava dividido entre quatro soberanos, dois “augustos” e dois “césares”.

 

Cada governante recebeu uma circunscrição territorial determinada.  Assim, Diocleciano ficou com a Trácia, Ásia e Egito; Maximiano com a Itália, Sicília, África e Espanha; Constâncio Cloro com a Gália e a Bretanha e Galério com a Acaia e a Ilíria.

 

Cada imperador fixou residência em seu próprio setor, de cuja defesa se incumbiria.  O Império ficou assim com quatro capitais:   Milão, Nicomédia, Treveris (Tréves) e Sirmio (Sermione).  Essa divisão política denominou-se “tetrarquia” (governo de quatro).

 

A tetrarquia a princípio funcionou bem.  Depois, lutas civis surgiram quando se pretendeu fazer a escolha dos novos césares que substituiriam Constâncio e Galério, elevados a categoria de “augustos”, em virtude da renúncia de Diocleciano e Maximiano.  Constantino, filho de Constâncio Cloro e Santa Helena, disputou com Maxêncio o título de césar.  Conta-se que, durante o seu avanço Constantino teria visto aparecer junto ao Sol uma cruz com a legenda “in hoc signo vinces” (por este sinal vencerás).  Maxêncio foi vencido, tendo Constantino entrado em Roma em meio a aclamações da multidão.

 

Senhor absoluto do Império, tornou-se também Constantino o defensor oficial do cristianismo.  O aparecimento de heresias, como a de Ário, levou Constantino à convocação do Concílio Ecumênico de Nicéia que conb denou o arianismo e redigiu um Credo ou “Símbolo de Nicéia” (Que é o antigo “Símbolo dos Apóstolos” acrescidos de termos criados pelo Concílio de Nicéia para distinguir a ortodoxia da fé da heresia ariana.)  que definia as crenças cristãs e que, ainda hoje é recitado pelos fiéis de algumas regiões do Oriente Próximo.

 

Um dos fatos mais importantes do reinado de Constantino foi a mudança da sede do Império para Bizâncio.  Tomou então a antiga cidade o aspecto de uma metrópole, com termas, circos, anfiteatros, fórum, etc.  Constantinopla, como ficou denominada a antiga Bizâncio, foi, durante grande parte da Idade Média, a cidade mais rica e mais famosa do mundo.

 

O vasto império de Constantino, embora bem organizado, sofria o efeito da centralização política de Constantinopla.  Antes de morrer, dividiu o soberano seus domínios entre seus três filhos.

  

O IMPÉRIO DEPOIS DE CONSTANTINO. – O IMPÉRIO DO ORIENTE.

Novamente as guerras civis ensanguentaram o Império, ao mesmo tempo que os bárbaros se instalavam nas regiões fronteiriças.

 

Os dois mais notáveis imperadores dessa época foram Juliano e Teodósio.  Juliano, sobrinho de Constantino, embora educado no cristianismo, havia se voltado para o paganismo depois de ter frequentado as escolas filosóficas de Atenas.  Bom administrador, adversário do luxo, tentou, no entanto, enfraquecer o cristianismo com uma série de medidas restritivas, permitindo que os seus governadores praticassem violências contra os cristãos, o que lhe valeu o cognome de Juliano o Apóstata.  Teodósio, militar de origem espanhola, elevou o cristianismo à categoria de religião de Estado.  Os templos  pagãos foram confiscados, os heréticos condenados à morte e os ídolos destruídos.  Reuniu Teodósio, pela última vez, o Oriente ao Ocidente.

 

Ao morrer, Teodósio dividiu o Império entre seus dois filhos, Arcádio e Honório.  Arcádio ficou com o governo do Oriente e Honório com o do Ocidente.  Esta divisão era necessária, sobretudo pela necessidade de defesa contra os bárbaros que começavam a forçar a “linha do Danúbio”.

 

Enquanto o Império do Ocidente, atacado e invadido pelos bárbaros, estava fadado a desaparecer, o Império do Oriente iria durar até o fim da Idade Média (1453), dando uma contribuição notável para a civilização medieval pela preservação dos aspectos mais característicos das civilizações clássicas e orientais, combinadas com a religião cristã, que foi, evidentemente, o seu aspecto mais positivo.

 

O Império Romano do Oriente possuiu uma fisionomia própria, em virtude da influência do helenismo e do contato com o Oriente.  Na verdade era romano apenas no nome, pois o Império Bizantino, como geralmente é denominado, era um aglomerado étnico que compreendia mais de vinte povos, com uma civilização cristã, direito romano e cultura essencialmente grega.