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A Literatura Romana e As Artes
A Literatura Romana e As Artes

A ATIVIDADE INTELECTUAL

 

A LITERATURA ROMANA – OS PERÍODOS ÁUREOS

 

A literatura latina foi fortemente influenciada pela literatura grega.  Não seria injusto afirmar-se que, no século III a.C., quando começaram a aparecer as primeiras obras literárias latinas, havia simplesmente uma imitação das letras helênicas.  Nunca obtiveram os romanos, contudo, a profundidade do pensamento grego; mormente nesse primeiro período limitaram-se a traduzir em latim as obras mais populares da Hélade.  Assim é que Lívio Andrônico e Névio traduziram os escritores gregos e a “Odisséia” tornou-se conhecida em todas as escolas de Roma.

 

Os mais notáveis vultos do período inicial são Plauto e Terêncio.  Plauto, “o poeta do povo”, chegou a gozar de grande popularidade; criticava em suas  comédias os costumes de seu tempo e possivelmente foi o maior cômico latino.  Terêncio, embora cartaginês e escravo, foi na sua época um ídolo do patriciado romano com suas peças “O atormentador de si mesmo”, “O eunuco”, “A sogra” e “Os dois irmãos”.

 

A IDADE DE OURO DA LITERATURA LATINA

Os últimos anos da República e os primeiros da época imperial constituíram o período mais brilhante da literatura latina, embora nele ainda perdure a forte influência dos modelos helênicos.  Para alguns autores, a fase denominada “século de Augusto”, não tem, entretanto, muita virilidade; o panegírico e a bajulação dominam como consequência natural de um regime onde o governo tende a transformar-se na própria divindade.

 

As maiores figuras do período final da República são:

 

Varrão (116-27 a.C.), dotados de conhecimentos enciclopédicos e em cujos escritos colhemos grande parte de nossas informações sobre Roma antiga.

 

Cícero, “o melhor exemplo de assimilação da cultura grega pela cultura romana”, de moral estóica e provavelmente um dos mais famosos escritores da Antiguidade.

 

Virgílio, amigo de Augusto, autor da “Eneida”, imbuído de um patriotismo vibrante e de uma grande sensibilidade pelas coisas da natureza.  Glorificou em moldes tipicamente gregos o imperialismo romano.

 

Horácio, que pretendeu conciliar os ensinamentos dos estóicos e dos epicuristas, sem dúvida um dos mais interessantes escritores latinos.  São famosas suas “Odes” e suas “Sátiras”.

 

Ovídio, que representa bem o estado de espírito dos romanos após a dominação do mundo mediterrâneo.  Suas obras, se bem que sagazes e brilhantes, revelam o cínico e o individualista.  É o autor da famosa “Ars amandi” (A arte de amar).

 

Tito Lívio, excelente estilista embora péssimo historiador. Sua história de Roma intitulada “Livros desde a fundação da Cidade” está cheia de episódios dramáticos, nem sempre verdadeiros, com a função visível de despertar patriotismo.

 

Após a morte de Augusto e de seu amigo Mecenas que foi um grande protetor das letras, houve um certo declínio na literatura latina, se bem que essa fase, conhecida como “idade de prata da literatura latina”, tenha a seu crédito , escritores como Petrônio, Marcial e Juvenal.  Petrônio é presumivelmente o autor do “Satyricon”, paródia do romance de amor grego, no qual, aliás, se encontram informações muito interessantes a respeito dos costumes romanos da época imperial.  Juvenal e Marcial foram escritores satíricos.  Em suas obras há um certo sentido social, sobretudo nas de Juvenal, onde os parasitas, os nobres e os hipócritas são severamente ridicularizados.

 

No século II um renascimento na literatura latina iria possibilitar o aparecimento de Plutarco, autor de “Vidas Paralelas”, conjunto de biografias de vultos gregos e romanos, uma das obras mais famosas da literatura mundial, e o de Luciano, o Voltaire da Antiguidade, autor do “Diálogos dos Mortos” e de “As seitas em hasta pública”.

  

AS ARTES

Como na literatura, nas artes os romanos também foram inferiores aos gregos.  Tiveram no entanto o bom senso de proteger artistas gregos e orientais helenizados que combinaram em Roma os elementos artísticos dos etruscos com os admiráveis modelos da Hélade.

 

A arte romana mais expressiva e de maior significação histórica é a arquitetura.  Pretendia, principalmente, impressionar pelas dimensões grandiosas.  As bases circulares e o emprego de colunas e arcos falsos para efeito de decoração foram usados. Os aquedutos, as estradas e as muralhas romanas que ainda hoje se espalham pela Europa, demonstram, além do desejo de conforto e segurança, uma imponência que traduz bem a grandeza e a prepotência de Roma.

 

A escultura romana foi inspirada diretamente pela grega através de artistas helênicos. A princípio, os escultores romanos limitavam-se a copiar os modelos gregos; mais tarde, demonstraram especial habilidade para os retratos nos quais combinavam o estudo da expressão psicológica com a fiel reprodução dos traços individuais.

  

A pintura nunca chegou a ser uma arte importante entre os romanos.  Limitou-se sempre às técnicas helênicas, como se pode observar nos mosaicos e murais recuperados em Pompéia e Herculano.  Em compensação, na ourivesaria mostraram-se verdadeiros mestres