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As Civilizações Iranianas
As Civilizações Iranianas

 

A ANTIGUIDADE ORIENTAL

 

AS CIVILIZAÇÕES IRANIANAS

 

MEDOS E PERSAS

 

A partir dos meados do segundo milênio antes de Cristo, apareceram no noroeste do Planalto Iraniano novos povos indo-europeus, mais tarde conhecidos como medos e persas, talvez provenientes do Cáucaso.  Os medos fixaram-se ao sul do mar Cáspio, na região acidentada do deserto do Irã, fértil e produtiva, enquanto os persas ocuparam as terras situadas a oeste do lago Urmia, seguindo depois em direção ao sudoeste e fixando-se afinal nas terras vizinhas ao Elã.

 

Medos e persas tinham características essencialmente distintas dos semitas.  Eram mais claros e mais altos, dotados de inteligência viva e de grande capacidade realizadora.  Ocuparam, de maneira geral, uma região de contrastes, pois o Planalto do Irã é formado por um grande deserto com rebordos férteis, no qual as diferenças de temperatura vão de invernos sob neve a verões ardentes com tempestades de areia.

 

A ARTE PERSA

Embora haja recebido forte contribuição dos estilos mesopotâmicos e egípcios, a arquitetura persa teve, contudo, um caráter bastante original na harmoniosa combinação dos elementos estrangeiros, no luxo da decoração e na grandiosidade das estruturas.  Evidentemente não foi a arquitetura uma arte popular na civilização iraniana; foi, sobretudo, uma criação dos reis para sua própria glorificação, e daí a existência de cidades como Pasárgada, Persépolis e Susa com imensos palácios onde se destacam salões magníficos sustentados por colunas.  A coluna persa é extremamente original pelos capitéis como motivos baseados em cabeças de cavalo ou touro.

 

Os revestimentos de ladrilhos esmaltados em tonalidades vivas deram, por certo, grande efeito ornamental aos grandes palácios dos soberanos persas.  O bronze marchetado era usado nas portas.  O ouro e a prata eram também cuidadosamente trabalhados.

 

A escultura é acentuadamente assíria.  O mais famoso relevo é o de Behistum, rocha gigantesca de 456 metros de altura, coberta de inscrições e entalhes que narram episódios da história persa.

 

Em virtude das concepções religiosas do masdeísmo não houve uma arquitetura religiosa, porém, em diversos pontos do atual Irã, ainda são encontradas mesas de pedras que os nativos chamam de lugares do fogo e que não passam de antigos altares do culto zoroástrico.

 

Mais tarde, forte influência grega fez-se sentir na arte persa, sobretudo após a conquista de Alexandre, quando o rígido esquematismo das representações do corpo humano foi substituído por uma maior liberdade plástica, de sabor acentuadamente helênico.

 

A ESCRITA E O VESTUÁRIO ENTRE OS PERSAS.

A leitura da escrita persa era particularmente difícil.  Primitivamente foi usado o sistema cuneiforme babilônico.  Mais tarde, foi empregada uma forma denominada “pehlevi” que posteriormente originou a escrita zenda na qual está vasado o Zend-Avesta, livro sagrado do masdeísmo.

 

O traje persa era geralmente constituído de longa túnica que chegava até os tornozelos e cujas mangas cobriam até os punhos.  Os soberanos usavam roupas suntuosas, bordadas em ouro e em prata, e traziam na cabeça uma tiara.  Nobres e guerreiros usavam turbantes guarnecidos por uma pequena corda trançada em volta dos mesmos.  Os magos vestiam sempre roupas brancas e também usavam tiaras.

 

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS PERSAS

De acordo com os costumes persas, o rei era inacessível até para os altos dignitários da corte, com raras exceções.  Entre o soberano e as pessoas que podiam entrar em sua câmara, erguia-se uma grande cortina e somente em raras ocasiões os seus súditos podiam vê-lo.  A caça era o passatempo predileto dos monarcas persas;  era praticada geralmente em grandes parques murados, denominados paraísos, nos quais se criavam leões, javalis e ursos.

 

Os juízes eram considerados e respeitados e as leis muito severas.  O direito persa admitia três espécies principais de crimes:  contra Masda, quando o homem se afastava do culto religiosos; contra o rei, em caso de revolta, fuga ou traição diante do inimigo; contra o próximo, quando prejudicava a terceiros.  Apesar da severidade de sua legislação penal, o roubo era muito frequente.

 

A influência do clero era aumentada pelas importantes propriedades que possuía e pelos abundantes recursos que lhes proporcionavam a cobrança de multas religiosas e os donativos espontâneos.  Os sacerdotes viviam sob uma legislação especial, e, segundo Huart, formavam um Estado dentro de outro Estado, com uma bem definida hierarquia.  Praticamente a instrução lhes era reservada, mas os nobres também aprendiam a ler e a contar.

 

A organização social baseava-se na família e na propriedade privada.  A poligamia era frequente e a mulher, obrigada a uma obediência absoluta ao marido.  Uma tentativa de reforma social foi tentada por Kavad que pretendeu aplicar as teorias coletivistas de Mazdek, um reformador religioso (Para Mazdek, o mundo era dirigido por quatro forças:  o discernimento, a inteligência, a memória e a alegria.  Através de uma reforma religiosa tentou estabelecer a ideia de um regime de absoluta igualdade social e de comunidade  de bens.). Essas ideias porém, foram severamente combatidas por Cosróis I e, após uma fase de agitação e incertezas, voltaram os persas à antiga ordem social.