TERCEIRÃO, VAI ENCARAR?
PERÍODO DE DESAFIOS QUE DEFINEM O COMEÇO DA VIDA ADULTA, A ÚLTIMA ETAPA DA ESCOLA NÃO É SÓ COMEMORAÇÃO – EXIGE FOCO E DISCIPLINA.
Falta pouco para começar o ano letivo de 2016. O momento, que para muitos é de reencontro, para outros significa uma despedida. É o caso dos alunos que ingressam no terceiro ano do Ensino Médio. Marcada por uma série de desafios, essa fase assinala o fim de um ciclo e o início de outro muito diferente: o da formação profissional. Aliado a tudo isso, ainda é preciso lidar com as mudanças comportamentais relacionadas ao fim da adolescência e ao início da maioridade.
- É interessante entender o contexto desse último ano, pois tem muito a ver com todos os acontecimentos que ocorrerão no final da escola. Do ponto de vista emocional, é o término de uma etapa do desenvolvimento biopsicossocial, que é o fim da adolescência, e junto há aquela questão de ser maior de idade. É um período de mudanças, elas estão no ar – aponta a psicóloga especialista no acompanhamento ao vestibulando, Jaqueline Ferreira.
- É uma fase de experimentações, e isso pode gerar ansiedade – diz.
Para Jaqueline, muitas vezes os jovens só percebem que estão prestes a abandonar a rotina escolar quando começam os preparativos para as tradicionais viagens no meio do ano. É nesta fase que a família precisa acompanhar de perto as inquietações, sem pressionar.
- Os pais devem evitar criar expectativas em demasia e incentivar conquistas, a partir daquilo que o aluno pode alcançar – aponta Naime Pigatto, professora e assessora pedagógica do Sindicato do Ensino Privado do RS.
ORGANIZAÇÃO PARA VENCER
Do ponto de vista psicológico, encarar o fim de uma fase e dar o pontapé inicial em outra totalmente desconhecida são os dois grandes desafios do terceiro ano. Além disso, é preciso tranquilidade para escolher uma carreira.
Com o objetivo definido, o estudante deve focar em como chegar lá. Para isso, a psicóloga Jaqueline Ferreira sugere que seja montado um calendário que permita enxergar todas as datas importantes de provas, conteúdos que precisam ser reforçados, além dos compromissos sociais, como reuniões de comissão de formatura e encontros para definir as tradicionais viagens de fim de ano.
- A palavra-chave é organização. São muitas as escolhas. Se não houver um planejamento disso fica difícil, porque todas as demandas vão se acumular, e a tendência de atropelar tudo é muito grande – destaca a psicóloga.
De maneira prática, a especialista sugere que o jovem prepare uma agenda que permita enxergar todas as datas importantes como da matrícula no cursinho, inscrição nos vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E esse processo não pode demorar a acontecer: deve ser retomado tão logo acabem as férias.
PAPEL DA FAMÍLIA
Apoiar o jovem deve ser a grande meta nessa etapa cheia de medos e incertezas. Não cobrar apenas por resultados, mas buscar ajudar o estudante a tomar decisões e enfrentar essa fase da forma mais leve possível.
PAPEL DA ESCOLA
É dever da escola ajudar os alunos a lidar com as expectativas e inseguranças, oferecendo conversas com profissionais e psicólogos, e até mesmo dinâmicas de grupo para extravasar a tensão. A instituição não tem a obrigação de reduzir os conteúdos e nem as provas e trabalhos em função da preparação para o vestibular e o Enem.
PAPEL DO ESTUDANTE
Iniciar o planejamento do ano logo após o período de férias. Se ainda estiver em dúvida sobre qual curso seguir, começar a pesquisar ou pedir ajuda profissional. Organizar um calendário com todas as datas importantes de 2016 e preparar os estudos sinalizando os conteúdos que precisam de reforço.
Fonte: ZeroHora/Caderno Educa/Camila Kosachenco (camila.kosachenco@zerohora.com.br) em 4 de fevereiro de 2016.