A escritora Ceres Marcon entrevista:
Alex Silva é escritor, roteirista, poeta e editor, fã de Monteiro Lobato, mitologias, simbolismos, teorias, mistérios inexplicáveis, animais pré-históricos, melodic death metal, músicas clássicas e instrumentais. Escreveu o primeiro livro aos 16 anos, publicou aos 20 e se tornou editor aos 22. Prefere solidão, nunca vai ler os livros que os amigos dizem ser bons; odeia conversas demoradas e não confia em quem não acha dinossauros legais. É autor de uma série de livros que mesclam autobiografia e fantasia, além de obras cheias de agnosticismo e simbolismos.
Blogger: opseudoescritor.blogspot.com
Twitter: @AlecSilva_
1- O que o motivou a começar a escrever?
Nem posso especificar direito, mas acho que a solidão e a necessidade de contar histórias, de dar aventuras aos meus brinquedos; com o tempo, precisava esvaziar a quantidade de histórias que eu ia criando e acumulando na mente.
2- Por que escrever fantasia?
Não sei. Acho que ela quem me escolheu, quem mostrou mundos, situações e criaturas possíveis em algum lugar. Se houvesse dinossauros, por que não dragões?
3- Viajando por sua biografia, encontrei seu blog com o título “O PseudoEscritor”. Por que escolheu esse título para o blog? Você se considera um pseudoescritor? Por quê?
Em 2012, fui chamado de “escritorzinho”. Resolvi ironizar, adotando “pseudoescritor”, “falso escritor”. Soa melhor. rs
4- Em seu site, você cita 21 coisas que (não) precisamos saber sobre você. Por que você criou essa lista?
Foi uma lista que comecei e não terminei. Tem a ver com alguns pontos que as pessoas sempre teimam em desrespeitar, o que é chato e resulta em dor de cabeça. Sabendo mais ou menos como sou e funciona minha cabeça, fica mais fácil conviver.
5- Você diz que é depressivo. Você acredita que escrever fantasia é uma forma para sair da depressão?
Sair não; não há como sair de algo que está já em sua alma, no modo como você vê o mundo, sabe? Seria mais como uma maneira de traduzir como penso e sinto as coisas, com um toque mais poético e mágico, tornando tudo menos triste... ou não.
6- “Ariane” foi seu primeiro romance, escrito em 2007. Como surgiu essa ideia e como você se sentiu ao finalizá-la?
Eu sempre quis escrever um livro, sobretudo que unisse mitologia grega e algo mais romântico. Foi uma experiência bacana, a qual vivo revisando e mudando algum detalhe; é meu xodó. Escrevi em três meses, e foi uma das coisas mais incríveis que fiz na época.
7- Você teve uma “musa inspiradora” para escrever “Ariane”?
Sim. Na verdade, uma paixão. Mas sofreu influência de outras garotas, para compor a fisionomia.
8- Onde você busca inspiração?
Na vida, principalmente. Embora escreva mais literatura de entretenimento, com tramas cheias de ação, monstros cósmicos e personagens dotados de poderes, são histórias sobre a humanidade, nossas questões existenciais e eterna busca por nossas origens e destino. Filosofia, mitologia e simbologia são as principais bases.
9- Quais autores você lê e indica dentro do universo da Literatura Fantástica?
Monteiro Lobato, em primeiro lugar; Murilo Rubião e José J. Veiga, para fecharem a trindade brasileira. Aí posso indicar ainda Jules Verne, Bram Stoker, Mary Shelley, Edgar Allan Poe, H. G. Wells, H. P. Lovecraft... e outros clássicos, cujos nomes não me recordo no momento.
10- Você define “Zarak, o Monstrinho” como uma autobiografia. De que forma essa obra ajudou você com a depressão?
Ajudou a encontrar meios de transformar depressão em arte. E criar bases para todos os livros posteriores.
11- Se você tivesse que escolher três coisas que marcaram sua trajetória como escritor, quais seriam elas e por quê?
Escrever “Ariane”, porque sempre foi um desafio escrever um livro; publicar “Zarak, o Monstrinho”, porque a diretora do colégio em que estudava disse que eu só seria escritor se tivesse um livro publicado; e fundar um selo editorial, porque quero viver disso, de artes e cultura.
12- O que mudou do Alex da época da “Ariane” para o Alex de hoje?
Um é mais feliz do que o outro.
13- Você buscou novos caminhos. Hoje, além de escritor, é editor da EX! Grupo Artístico e Editora. O que o levou a se envolver nesse projeto?
O desejo de publicar aquilo que gosto de ler, ajudar amigos... e conhecer mais o mercado editorial.
14- Qual o objetivo da EX!?
Ajudar nos primeiros passos dos novos autores, iniciando-os na longa jornada de escritor e desenvolver projetos, sejam em parceria ou de autores em potencial; e entregar aos leitores o melhor possível sempre, seja em e-book, seja impresso, livro ou HQ.
15- Quais as metas do escritor e editor Alex Silva para o próximo ano?
Seguir meu caminho. E tornar possíveis os planos estabelecidos para 2015. Os dos anos seguintes são frutos do que o ano que logo se inicia nos aguarda.
16- Poderia falar um pouco sobre o seu novo projeto “Camile e os Apóstolos de Pedra”? Como iniciou?
Ainda é um projeto prematuro de fantasia sombria com teoria dos deuses astronautas; faz parte do mesmo conjunto de histórias que já venho desenvolvendo, e somos apresentados a sobreviventes de um raça conhecida como Apóstolos, seres feitos de pedra celestial que possuem estilos ímpares de agir e lutar, e Apóstatas, feitos de metal, igualmente fortes. Eles travam uma guerra cósmica, buscando suas origens e cabe a Camile, por ser a única humana imortal, guiar um dos lados para a vitória ou não.
17- O que você acha do NaNoWriMo?
Para quem quer se desafiar, é ótimo! Mesmo que não consiga concluir a meta, acho que quem se sentir inclinado a tentar deve fazê-lo; bons livros podem surgir do desafio. Foi assim com “Camile”, por exemplo.
18- Deixo um espaço para suas considerações finais, mas antes gostaria de agradecer pela participação e colaboração nessa pequena entrevista para o site das Mosqueteiras Literárias e desejar a você muito sucesso em sua caminhada.
Gostaria de agradecer o espaço e a oportunidade, desejar sucesso a vocês, do Mosqueteiras Literárias, e aos seus leitores e seguidores, pois alguns que visitam aqui podem ser aspirantes a escritores também. E nunca desistam de escrever, por mais difícil que seja a caminhada, pois a recompensa é o sorriso de um leitor satisfeito com o que você escreveu.
Deixamos ao Alex nossos mais sinceros agradecimentos pela disposição em responder nossas perguntas e deixamos nosso espaço aberto para suas divulgações. Também desejamos sucesso nos novos empreendimentos.
Após receber a entrevista, fiquei sabendo que Alex, também, é colunista da Lem sem Fronteiras. Mais um belo trabalho a ser visto por nossos leitores e leitoras aqui das Mosqueteiras.