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Ralé: Filme dirigido por Helena Ignez
Ralé: Filme dirigido por Helena Ignez

A RALÉ TRANSGRESSORA DE HELENA IGNEZ

 

ATRIZ E DIRETORA REÚNE ELENCO COM NEY MATOGROSSO E JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA EM FILME INSPIRADO EM PEÇA DE GORKI.

 

Musa do cinema de invenção brasileiro, ex-mulher de Glauber Rocha (1939 – 1981) e viúva de Rogério Sganzerla (1946 – 2004), a atriz Helena Ignez vem se firmando como realizadora fiel a suas origens artísticas transgressoras.  A estrela de clássicos como O PADRE E A MOÇA (1966), O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (1968) e A MULHER DE TODOS (1969) está de volta à direção com RALÉ, em cartaz na Capital na Sala P.F.Gastal.  vencedor do Prêmio de Melhor Direção no 23º Festival Mix Brasil de 2015, RALÉ é livremente inspirado na peça teatral homônima escrita pelo russo Maxim Gorki (1868 – 1936).

- O que me atraiu no texto do Gorki foi a qualidade da narrativa e a variedade de personagens reunidos em uma casa.  O primeiro trabalho que fiz para o roteiro de RALÉ era bastante fiel ao autor.  Fiquei com ele uns dois anos.  Nesse meio tempo, fiz o média-metragem PODER DOS AFETOS (2013), com parte da equipe e do elenco que estariam no longa.  O roteiro foi então reescrito, propondo um filme dentro do filme.  O que restou de Gorki foi uma homenagem a ele e aos personagens.  Fiz uma outra ralé – explica Helena em entrevista por telefone a Zero Hora, no dia da reestreia em São Paulo de PESSOAS SUBLIMES, espetáculo do grupo Os Satyros no qual atua.

 

A história de RALÉ começa em São Paulo, desloca-se para a Amazônia e se encerra de novo na metrópole.  No lugar dos párias confinados em um albergue do texto russo, os excluídos do longa brasileiro são artistas, gays e feministas que vivem e trabalham à margem de uma sociedade que não os aceita.  O núcleo em torno do qual gravitam músicos, criadores e uma trupe de atores é a fazenda do Barão (Ney Matogrosso), onde está sendo rodado A EXIBICIONISTA, filme libertário protagonizado por uma atriz interpretada por Simone Spoladore e que cita o clássico COPACABANA MON AMOUR (1970), de Sganzerla – com helena revivendo brevemente sua antológica personagem Sônia Silk.

- Sônia Silk encarna o símbolo da vadia.  Se ser vadia é ser livre, somos todas vadias.  Rogério Sganzerla fazia cinema de invenção, que é uma definição melhor do que cinema marginal.  Ele foi um companheiro que pensava o cinema de forma política, aguda e poética.  Percebi que existia ali um cinema extremamente inventivo – relembra a diretora de CANÇÃO DE BAAL (2007).

 

Entre os convidados do casamento do Barão com o bailarino Marcelo (Roberto Alencar), estão uma jovem atriz vivida por Djin Sganzerla (filha da diretora), um músico e poeta (Mário Bortolotto) e o encenador José Celso Martinez Corrêa.

- O Ney Matogrosso disse que só eu consigo obriga-lo a fazer certas coisas, como, por exemplo, casar (risos).  Existe uma confiança muito grande dele para comigo – conta Helena, que já havia dirigido o cantor antes em LUZ NAS TREV AS: A VOLTA DO BANDIDO DA LUZ VERMELHA (2010) e PODER DOS AFETOS.

 

 

  

Fonte:  Zero Hora/Roger Lerina (roger.lerina@zerohora.com.br) em 10 de julgo de 2016.