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Fronteiras do Pensamento e as Revoluções do Futuro
Fronteiras do Pensamento e as Revoluções do Futuro

REFLEXÕES SOBRE AS REVOLUÇÕES DO FUTURO

ALÉM DE ESCRITORES DE PRESTÍGIO INTERNACIONAL, A PROGRAMAÇÃO DO FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2016 TERÁ EXPOENTES DE ÁREAS COMO PSICANÁLISE, FILOSOFIA, CULTURA AFRO-AMERICANA E ARQUITETURA E URBANISMO.

  

ELISABETH ROUDINESCO / 12 DE SETEMBRO

Respeitada historiadora da psicanálise, a francesa Elisabeth Roudinesco tornou-se uma intelectual de prestígio internacional, com diversos livros publicados no Brasil, como DICIONÁRIO DE PSICANÁLISE (com Michel Plon) e RETORNO À QUESTÃO JUDAICA, no qual mergulha em temas caros à sua herança familiar.  Entre seus princípios, está a importância de contextualizar Freud historicamente para que seus livros não sejam lidos como textos sagrados.

 

PARA LER:

Em 1993, Roudinesco assinou a biografia JACQUES LACAN – ESBOÇO DE UMA VIDA, HISTÓRIA DE UM SISTEMA DE PRENSAMENTO, em que procura separar os fatos dos mitos.  Em 2014, publicou uma biografia de Freud, que deverá sair no Brasil em agosto, pela editora Zahar.

 

O QUE ELA DISSE:

“Penso que, se não compreendermos Freud no seu tempo, como ele viveu, o que ele viu, como elaborou seus textos, muitas vezes adotamos teses completamente aberrantes (...).  Se contextualizarmos sua época, entenderemos melhor a nossa e compreenderemos melhor o que é Freud hoje;”

  

PETER SLOTERDIJK / 3 DE OUTUBRO

Apesar da complexidade de seu pensamento, Peter Sloterdijk se tornou um filósofo popular na Alemanha e no mundo.  Durante 10 anos, apresentou um programa televisivo ao lado de Rüdiger Safranski.   Sloterdijk considera que ambos criaram um tipo de filósofo “não acadêmico”.  Seus interesses incluem psicanálise, engenharia genética e comunicação de massa.

 

PARA LER:

Entre suas obras mais conhecidas estão CRÍTICA DA RAZÃO CÍNICA (1983) e REGRAS PARA O PARQUE HUMANO (1999), que examina criticamente o humanismo a partir do pensamento de Heidegger.

 

O QUE ELE DISSE:

“Temos um sistema artístico que floresce com força.  Temos uma cena cultural jovem que tomou dimensões gigantescas, uma cena de cultura de massa.  Na minha percepção, a filosofia só representa aqui um papel decorativo, à margem.”

  

HENRY LOUIS GATES JR. / 7 DE NOVEMBRO

Professor da Universidade de Harvard desde 1991, Henry Louis Gates Jr. É um célebre especialista na cultura afro-americana, tendo escrito inúmeros livros e produzido documentários sobre o tema.  Sua área de formação cursada em Yale e Cambridge, é a literatura, embora seus interesses incluam outros domínios do conhecimento.  Tornou-se, também, um colaborador de veículos como o jornal The New York Times e a revista The New Yorker.  Em 2008, criou o site The Root (www.theroot.com), especializado em notícias e opiniões de temas relacionados à cultura afro-americana.

 

PARA LER:

Registro de uma série de documentários de 2010, o livro OS NEGROS NA AMÉRICA LATINA (2011) traça um panorama histórico da diáspora africana na região.  Relata os tempos de escravidão e trabalho forçado e elucida como, mesmo após os tempos de cativeiro, os afrodescendentes continuam sofrendo com o racismo e o preconceito de classe.

 

O QUE ELE DISSE:

“Em nosso mundo viral da mídia social, ficamos sabendo de pessoas negras desarmadas sendo brutalizadas por alguns membros de nossas forças policiais de formas que trazem à mente imagens da violência descarregada em manifestantes nos piores dias do movimento dos direitos civis, assim como testemunhamos a persistência renitente de homicídios de negros contra negros.”

 

JAN GEHL / 21 DE NOVEMBRO

Tendo criado projetos para cidades como Melbourne, Estocolmo e São Paulo, o arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl se tornou um dos gurus de uma ideia de cidade centrada nos pedestres e nos ciclistas.  Sua visão humanizadora do planejamento urbano  inspirou a experiência de Nova York apresentada por Janette Sadik-Khan, ex-secretária de Transportes daquela cidade, na última conferência do Fronteiras de 2015.

 

PARA LER:

As bases da visão de urbanismo de Gehl estão expostas e comentadas no livro CIDADES PARA PESSOAS (2010).  O autor cunhou a expressão “síndrome de Brasília” para criticar o planejamento de cidades como a capital brasileira, que considera pouco aprazível aos pedestres, embora bonita quando vista do alto.  Segundo ele, como as distâncias em Brasília são grandes demais, a mobilidade depende necessariamente de automóveis.

 

O QUE ELE DISSE:

“Todas as cidades no mundo têm departamentos de trânsito, mas quase nenhuma tem um departamento para pedestres e ciclistas ou para a qualidade de vida.  Às vezes, tenho a impressão de que sabemos mais sobre o hábitat de leões e gorilas do que sobre o de humanos.”

 

Fonte:  ZeroHora/2º Caderno em 23 de março de 2016.