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1968: Eles só Queriam Mudar o Mundo
1968: Eles só Queriam Mudar o Mundo

O ANO DE 1968 E OS DIREITOS HUMANOS

 

O livro 1968: ELES SÓ QUERIAM MUDAR O MUNDO (Editora Zahar, 314 páginas), dos jornalistas Regina Zappa e Ernesto Soto, é a segunda edição da obra que comemora as cinco décadas do “ano que não acabou”, título do livro do jornalista Zuenir Ventura sobre 1968. profeticamente, aquele ano foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Ano Internacional dos Direitos Humanos.

 

Regina tinha 14 anos na época e é autora de mais de 10 livros sobre Chico Buarque e Hugo Carvana, entre outros temas. Ela assistiu à passeata do enterro do estudante Edson Luís de sua janela. Ernesto Soto formou-se em jornalismo na faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro e estudou Antropologia no Chile e na Suécia. Trabalhou nas principais empresas jornalísticas do País.

 

A obra é um verdadeiro almanaque ilustrado da geração que disse não ao conformismo. Organizado mês a mês, o volume traz os principais eventos de um dos períodos mais dinâmicos, marcantes e arrebatadores do século XX no Brasil e no mundo. Personalidades emblemáticas, músicas mais tocadas e filmes inesquecíveis, além de depoimentos de personalidades que viveram intensamente o momento estão no volume, que tem dezenas de fotos em preto e branco, altamente ilustrativas. Beatles, moda, costumes, feminismo, astrologia, arte, teatro e política não podiam faltar e lá estão, para todos que “queriam apenas o impossível”, sonhavam e sonham com um mundo melhor.

 

No Brasil, vivíamos o período militar – na França, os estudantes se rebelavam, nos Estados Unidos, a grande luta pelos direitos civis desembocou na morte de Martin Luther King e, na Europa Oriental, a Primavera de Praga sinalizava que era possível desejar o fim do domínio soviético e sonhar com reformas liberalizantes.

 

A herança de 1968, como se sabe, é polêmica, mas é muito rica e se faz sentir até hoje. As reivindicações sociais, culturais e políticas ainda não foram solucionadas, ao menos de todo, mas os sonhos sempre devem existir. Seguem os desejos de mudanças progressistas, justiça social, liberdade e igualdade. A semente libertária plantada em 1968 merece florescer, ainda que muitos resistam a mudanças e prefiram não se dar conta que o novo acaba surgindo.

 

O ano de 1968 vive e a obra de Regina e Soto segue atual, não só relatando o período, mas lançando um olhar crítico e generoso sobre as famosas contradições daquele ano agitado.

 

Fonte: Jornal do Comércio/Livros/Jaime Cimenti (j.cimenti@terra.com.br) em 29/04/2018.