Planejamento Educacional / Planejamento Curricular
Planejamento de Ensino
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL: MEC
Nesse sentido, o planejamento educacional de um país será sempre fruto de variadas tensões: diferentes grupos sociais, com suas visões específicas sobre o papel da educação, irão discutir e tentar definir as políticas públicas para este setor.
Um Estado democrático deve possibilitar e estimular essa participação de diferentes grupos na definição de políticas públicas.
PLANEJAMENTO CURRICULAR: Escola
É a previsão de cada componente que deverá ser desenvolvido ao longo do período letivo
Atividades Administrativas e pedagógicas:
Projeto político pedagógico
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Questões a investigar:
Existe projeto político-pedagógico na escola? Os professores tem conhecimento do projeto? Os professores trabalharam na construção deste projeto? Como se deu a participação na elaboração do projeto da escola? Existe coerência entre a proposta pedagógica e a prática? Todos os profissionais envolvidos comungam dos mesmos objetivos e concepções de educação?
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
“O projeto político pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentados da divisão de trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão (VEIGA, 2002, p.13-14).
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade” (GADOTTI, 1994, p. 579), ainda que provisória.
PLANEJAMENTO DE ENSINO
Plano didático (Professor)
DEFINIÇÃO: Ter a intenção de fazer algo; se programar
IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO: Consiste em prever e decidir sobre o que fazer, como fazer, porque fazer, quando fazer e a fase da avaliação; É uma forma de registro; Constar a marca pessoal; É um roteiro e não solução mágica para todos os problemas do cotidiano escolar; Tem a função de servir ao professor e não ao contrário; Não necessariamente sofisticado; Requer criatividade, flexibilidade.
Na visão de Vasconcellos (1995) o planejamento é um excelente caminho para melhoria da qualidade do ensino, pode ser uma estratégia política de lutas, de emancipação do professor, cumprindo um papel social de humanização, onde o aluno desabroche, cresça como pessoa e como cidadão, e onde o professor tenha um trabalho menos alienado e alienante, que possa repensar sua prática, (re) significá-la e buscar novas alternativas. Há uma diferença substancial entre traçar nossos próprios caminhos e reproduzir mecanicamente a prática de “terceiros”, sem noção clara do que se está fazendo.
Um instrumento teórico-metodológico para a transformação da realidade. Enquanto processa, implica a expressão das opções da instituição, do conhecimento e julgamento da realidade, bem como das propostas de ação para concretizar o que se propõe a partir do que vem sendo; e vai além: supõe a colocação em prática daquilo que foi projetado, acompanhado de análise dos resultados (VASCONCELLOS, 2004, p. 17-18)..
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
É uma nova visão que se pretende dar ao processo educacional” (Maximiliano Menegolla e Ilza Martins Sant’Anna, 1997)
DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 1988.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
Aprender a aprender
Estudar o contexto onde a escola está inserida, as necessidades da população, da clientela.
Não encerrar-se no discurso teórico – desmistificar (planejar e arquivar) – o engodo do faz de conta (preenchimento de documentos)
É preciso ter uma definição clara e objetiva do que se pretende, portanto, não mutiladora entre planejadores e executores
Não negar a modernidade, as exigências do mercado, produtividade e o capitalismo. No momento que a formação básica e continuada incidir decisivamente sobre a produtividade, pode alargar seu espaço de influência e ousar posição central na contenção dos desvarios do mercado. Isso significa substituir a lógica do mercado, do consumo por uma lógica mais humana, ética e não utilitarista. É importante o educador dialogar com o lado econômico e deixar de puritanismo. Ignorar seria a pior estratégia.
“Fundamental é reconhecer que hoje posições rígidas apenas fossilizam o conhecimento. O centro da inteligência é aprender a aprender. Saber pensar, elaborar com mão própria” (DEMO, 1993, p.162).
DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE O PROCESSO DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
Carência de objetivos claros e bem definidos;
Exigência de planejamentos sofisticados;
Centralização das decisões e ações; crença de que quem planeja é uma pessoa hierarquicamente acima;
Manutenção das estruturas tradicionais;
Falta de hábito de crítica e autocrítica; medo, resistência;
Falta de habilidade para focalizar necessidades presentes e futuras
Carência de recursos humanos e materiais
Ausência do diálogo.
REQUISITOS DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO:
CRIATIVIDADE
VONTADE E OUSADIA
TEMPO
RECURSOS
FLEXIBILIDADE
BOM SENSO PARA DEFINIR PRIORIDADES
DISPONIBILIDADE PARA ENFRENTAR OS PROBLEMAS DA COMUNIDADE ACADÊMICA
RISCOS DO PLANEJAMENTO
Manipulação
Alienação
PERGUNTAS E RESPOSTAS:
O que significa planejar nas perspectivas tradicional e progressista/crítica da educação?
A Organização Curricular
Desde os fins do século XIX, os currículos escolares expressam o conjunto de saberes científicos produzidos no âmbito das disciplinas universitárias (teoria tradicional).
A disciplinarização do conhecimento é a expressão da disciplinarização do mundo, efeito da divisão industrial do trabalho que exige altos níveis de segmentação/especialização. Corresponde também ao estatuto de cientificidade proposto pelo paradigma positivista, valorizando a delimitação precisa do objeto, o que reforça a especialização dos saberes.
Somente a partir da década de 60, é que a crítica aos modelos vigentes irá descentrar a organização do currículo em torno do conteúdo acadêmico e focalizar a experiência, a cultura os saberes e as competências dos diferentes agentes envolvidos nas práticas pedagógicas (teoria, crítica e pós- críticas).
Nesta concepção, o currículo não é visto apenas como um programa ou elenco de disciplinas, mas como o conjunto de saberes, valores, atividades e experiências vividas na escola que, mesmo de forma subjacente, são convergentes para objetivos educacionais.
É considerado curricular aquilo que foi planejado pelos educadores, o currículo pensado, mas também o que foi de alguma forma vivenciado na escola, o currículo vivido.
Passa-se a considerar, inclusive, aquilo que foi vivido, mesmo que sem intenção educativa (certas posturas dos professores, as conversas no corredor, amores e conflitos vividos entre alunos etc.), mas que acaba por ter um caráter formativo, dado que todas as interações sociais provocam algum tipo de aprendizado, o chamado currículo oculto.
Currículo oculto:
Apesar de boa parte dos processos educacionais vividos dentro da escola terem sido previamente estabelecidos, como espaço social, a escola abriga um campo de experiências espontâneas, muitas vezes contraditórias, mais ou menos intencionais, que também confluem ou expressam processos de socialização. Por exemplo, promovendo uma festinha surpresa para a professora, os alunos discutiram ideias, se organizaram, dividiram despesas, escreveram uma mensagem. Nessas experiências, muitos saberes foram exercitados.
Diante de atitude preconceituosa de alguns alunos contra outros na sala, por exemplo, a postura do professor silenciando-se ou contrapondo-se a tal atitude dos alunos, também ensina.
Formas de organizações curriculares
Quando chegamos a uma escola nos deparamos com uma instituição em pleno funcionamento: horários organizados, quadros de professores e disciplinas, atividades acontecendo, materiais selecionados, enfim, uma escola em plena atividade. Contudo, como todos esses elementos foram organizados?
O currículo disciplinar; o currículo em torno de áreas de conhecimento; o currículo a partir de temas geradores; o currículo a partir de projetos.
O currículo disciplinar:
Currículos escolares organizados em torno desse paradigma se constituem por um conjunto de disciplinas, definidas por seu status e aparente funcionalidade. Assim, nem todos os campos do saber estão representados.
A organização disciplinar do conhecimento escolar privilegia a abordagem teórica, muitas vezes, desvalorizando o conhecimento prévio dos alunos e provocando distanciamento entre saberes escolares e as necessidades/questões objetivas que se colocam para os alunos e professores. Além disso, acaba por forjar uma estrutura inflexível que dificulta a realização de outras atividades que não a aula tradicional.
O currículo em torno de áreas de conhecimento:
Na contramão da territorialização do conhecimento, procura-se reduzir as fronteiras que demarcam os campos específicos em cada área do saber.
A reunião de conhecimentos afins em campos mais abrangentes permite reconhecer aproximações conceituais, mas não muda substancialmente a forma disciplinar de organização do currículo.
Esse modelo tem sua expressão mesmo nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que reuniram as disciplinas nas áreas de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e Sociais,
Ciência Naturais...
O currículo a partir de temas geradores:
O trabalho com temas geradores envolve tratamento multidisciplinar para questões/assuntos da atualidade, geralmente ancorados nos interesses de alunos e professores.
Quanto mais intensa a discussão do grupo em torno dos temas, maior a possibilidade de identificação de pontos de confluência entre as disciplinas e de superação de suas fronteiras. Afinal, os “temas” são realidades complexas que não cabem nos limites das disciplinas.
O currículo a partir de projetos:
A lógica subjacente a este modelo admite um novo arranjo do saber escolar, agora menos acadêmico, onde diferentes atores e suas experiências passam a ser valorizados e dissolvem-se os princípios de territorialidade e linearidade do conhecimento.
Nesta perspectiva, a transferência e a integração de diferentes conhecimentos se fazem a partir do desenvolvimento de certas competências.