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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS: TEM DE TUDO LÁ, ATÉ ESCRITOR...
Nesta semana, mais precisamente na quinta-feira, o jornalista Merval Pereira foi eleito para a famigerada Academia Brasileira de Letras. Colunista e comentarista de vários meios de comunicação importantes, dentre eles, o jornal “O Globo”, Merval Pereira vai ocupar a cadeira 31, que ficou vaga desde o falecimento do saudoso escritor gaúcho Moacyr Scliar. Como não poderia deixar de ser, recebi alguns e-mails e mensagens no Twitter de leitores perguntando o que eu achava dele e questionando também quais critérios eram utilizados na eleição de um “imortal” e que requisitos um escritor precisaria ter para receber tal honraria.
A Academia Brasileira de Letras foi fundada no Rio de Janeiro, em 20 de Julho de 1897 por vários escritores eminentes da época, dentre eles: Olavo Bilac, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e Machado de Assis, que, por aclamação, foi eleito seu primeiro presidente.
A ideia de criar a “Academia” foi do poeta e escritor Lúcio de Mendonça e foi inspirada na Academia Francesa, fundada em 1635. O propósito, a princípio, era o de reunir escritores e intelectuais da época para encontros semanais, onde discutiriam assuntos relacionados aos livros e a Literatura em geral, propondo idéias para um melhor desenvolvimento e crescimento desta área, situação bem diferente do que vemos hoje.
A Academia Brasileira de Letras, infelizmente, virou uma instituição política e sem credibilidade nenhuma. Hoje, qualquer um, pode se candidatar a uma de suas cadeiras, basta ter escrito uma meia-dúzia de resenhas (ou nem isso) e um “padrinho” influente, que meio caminho já está garantido. O seu estatuto prevê que para alguém se candidatar a uma vaga, tem que ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da Literatura, obras de reconhecido mérito e valor literário, quanta incoerência. Deem uma olhada em algumas das figuras que fazem parte da ABL, e me digam se este preceito estatutário vem sendo seguido:
Tem muito mais gente que mereceria ser citada (membros atuais e que já passaram), no entanto, para não dar ainda mais desgosto para o mestre Machado de Assis, que deve estar se revirando no túmulo, citarei apenas estes. Como se não bastasse os seus membros de caráter e qualidade literária duvidosas, recentemente, Ronaldinho Gaúcho e Vanderlei Luxemburgo, receberam uma homenagem lá na sede da ABL causando, no mínimo, uma estranheza por parte de todos.
Autores do calibre de Carlos Drummond, Vinícius de Moraes, Mário Quintana, dentre outros, nunca chegaram nem perto de fazerem parte da ABL, sob a justificativa de que eram muito populares e não combinavam com o perfil imposto pela “Casa”. Tem que rir para não chorar.
Não posso, não devo e não consigo levar a sério uma Instituição que tem no seu rol de membros um sujeito como José Sarney. Se eles seguirem a lógica, amanhã ou depois, não se surpreenda se nomes como: Antônio Palocci, Bruna Surfistinha, Lula e Tiririca, vierem a ser convidados para uma de suas cadeiras. Já que estão sujos, que se sujem mais ainda, né.
Então, respondendo a pergunta do início do tópico… que critérios ou requisitos são levados em consideração para escolher um novo membro para a ABL? Sinceramente… não sei amigo leitor, e acho que nem mesmo os próprios membros sabem. Em se tratando de uma instituição política e comandada por políticos, nada é feito às claras e com transparência, existe muita vaidade e poder em jogo, e neste caso, diferentemente dos romances, o mais forte, influente e poderoso sempre acaba vencendo.
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Um abraço e boas leituras!!!
Wellington Ferreira, é um vendedor de livros extremamente apaixonado pelo que faz. Não consegue se imaginar mais vivendo longe deles. Além disso, é blogueiro nas horas vagas e corinthiano fanático (e dos loucos) em período integral. Atualmente trabalha como consultor de vendas em uma distribuidora de livros e presta assessoria de mídias sociais para empresas. Interessados, é só entrar em contato.