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Tradução: Um Processo Artístico e Criativo
Tradução: Um Processo Artístico e Criativo

CAMINHOS DA TRADUÇÃO

 

A cena não poderia ser mais cotidiana. Um passageiro entra no ônibus e escolhe um assento disponível da linha D-43,em Porto Alegre. Tenta se acomodar do jeito que dá, pois mede 1,92 metro, e o espaço entre os bancos é pequeno. Durante o trajeto da avenida Ipiranga, próximo à rua onde mora, até o Campus do Vale, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), manuseia seu telefone celular e escreve no pouco espaço que resta em uma caderneta. Se a situação parece prosaica, o que esse usuário de transporte público realiza durante cerca de 30 minutos não é nada trivial. No deslocamento até seu trabalho, Leonardo Antunes, 35 anos, traduz para o português a ILÍADA, poema épico atribuído a Homero, escrito no século 8 a.C. em grego antigo.

  

Antunes, que leciona no Instituto de Letras da UFRGS, integra um time que vem se destacando pela qualidade das versões em português de obras originalmente escritas em idiomas estrangeiros. Esses profissionais se somam a uma linhagem de tradutores que, embora tenham ganhado notoriedade no século XX, atuam desde o século XVII, quando Gregório de Matos traduziu textos do espanhol Luís de Góngora y Lopes.

 

A atividade é intensa. Antunes traduz caminhando, no banco de ônibus, no sofá ou à frente do computador instalado no cômodo onde trabalha em seu apartamento. A dificuldade do texto original define a circunstância. Em seu celular, arquiva os 15.693 versos da ILÍADA. A natureza dessa obra e suas muitas repetições simplificam a tradução, por isso a viabilidade de executá-la no ônibus. O mesmo não foi possível com empreitada recente, que culminou no lançamento de ÉDIPO TIRANO (Todavia, 2018), de Sófocles.

 

Existem várias versões da tragédia tebana, então por que outra? “Queria uma que fosse em verso, recriasse o ritmo dos coros e pudesse ser musicada em paralelo ao grego, fosse poética sem ser obscura”, justifica.

 

Para concluir o projeto, está terminando de musicar o texto. A propósito: é possível vê-lo cantando versos em grego no canal que mantém no YouTube (www.youtube.com/Anaxandron).

 

Na Feira do Livro de Porto Alegre do ano passado, a solicitação para que ocorresse uma sessão de autógrafos de ÉDIPO TIRANO foi inicialmente recusada. Descontente, Antunes lamentou, em seu perfil no Facebook, o episódio e o caráter menor atribuído ao trabalho dos tradutores – com isso, a organização do evento voltou atrás. “Foram muito solícitos”, reconhece. “Também ofereceram uma mesa para debatermos tradução, o que foi uma experiência rica”.

 

A sessão de autógrafos se tornou possível porque ÉDIPO TIRANO tem comentários de Antunes. “Fico na expectativa de que passem a oferecer essa gentileza também às traduções sem paratexto, compreendendo que o próprio trabalho tradutório já é um esforço de interpretação e de criação.”

 

SISTEMAS LITERÁRIOS

 

Situações como a ocorrida na Feira do Livro revelam o papel secundário atribuído à prática tradutória. No sentido contrário, uma das maneiras de compreender a importância das traduções é perceber o papel que elas têm na formação de sistemas literários. Editoras e tradutores, ao decidirem que autores e obras são traduzidos, determinam a maneira pela qual uma literatura estrangeira é conhecida fora do seu sistema original. Essas questões se baseiam na noção de “sistema”, desenvolvida no Brasil em termos consistentes por Antonio Candido, em seu livro FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA (1959).

 

Para a professora Karina Lucena, do Instituto de Letras da UFRGS, Candido entende a literatura como uma “instituição da cultura”, ou seja, em relação dialética com a sociedade. Por isso, a literatura não é uma coletânea de autores e obras, mas um sistema dinâmico em que autores formam uma tradição. “Um autor publica um livro ou tem certa inserção em jornal, seu texto é lido pelos pares, gera algum debate, outro autor se abastece disso e escreve um novo texto, e assim vai”, detalha.

 

Karina observa que “nos acostumamos a pensar essa dinâmica em termos nacionais, o que faz todo sentido: se a ideia é entender a literatura em sua relação com a sociedade, a sociedade que temos é a brasileira, com todas as suas divisões e tensões internas, mas, ainda assim, brasileira”.Ocorre que “esse sistema literário de autores, obras e público se alimenta também de outras tradições, e é aí que entra a tradução”.

 

DIFERENTES PERCEPÇÕES, MESMO SENTIDO

 

O professor Andrei Cunha, da UFRGS, observa que nenhum autor ou literatura são representados no exterior da mesma maneira que em seu país. Os anglófonos não valorizam a poesia do argentino Jorge Luis Borges, por exemplo. “No Brasil, acreditamos que Mishima era primariamente um romancista, quando, no Japão, ele é, talvez, mais lembrado por sua obra teatral. E Mishima é o autor japonês mais traduzido no Brasil, o que não está de acordo com o seu sistema de partida (o Japão), onde autores como Kawabata e Shüsaku Endô são mais admirados.”

 

Trata-se de uma situação contra a qual não há nada a fazer, reconhece Cunha, pois diferentes sistemas vão absorver diferentes autores de maneiras distintas. Além disso, as percepções mudam com o tempo. “Editores e tradutores são elementos importantes dessa recepção diferente que as obras literárias têm em lugares distantes de sua origem.”

 

Um problema que o professor percebe nesse contexto, em especial, no Brasil, é que há pouquíssima poesia traduzida, pois os editores seguem à risca o senso comum de que prosa vende mais. “É uma pena. Não raro foi a poesia – e, muitas vezes, a poesia traduzida – a responsável pelas grandes renovações literárias.”

 

Conforme Karina Lucena, o escritor brasileiro lê autores nacionais que vieram antes dele, mas também lê franceses, ingleses, espanhóis etc. “Esse contato com o estilo e a matéria estrangeiros ajuda a fundar os estilos locais, ilumina e contrasta com a matéria local”, detalha. “Em que língua os escritores brasileiros acessam esses livros fundamentais para sua formação como escritores?” Se o autor integra uma elite cultural, pode dominar as línguas hegêmonicas de seu tempo, mas, ainda assim, é difícil que não tenha conhecido algo em tradução. “Nesse sentido, uma primeira forma de ver o impacto da literatura traduzida em sistemas locais é nesse âmbito da construção do estilo de um escritor.”

 

A literatura traduzida impacta bastante também o público, na outra ponta do processo. “À medida em que o sistema se consolida, o público se amplia, imprensa e editoras se estabelecem, e a tradução passa a ocupar lugar central nessa dinâmica.” O resultado, resume Karina, “é que livros traduzidos dividem espaço com livros nacionais, autores nacionais trabalham como tradutores, leitores definem seu gosto com base nessa oferta heterogênea”. A noção de sistema fica ainda mais dinâmica se for compreendido “o triângulo autor, obra e público fundando uma tradição da qual participa também a tradução”.

 

UM PROCESSO ARTÍSTICO E CRIATIVO

 

Leonardo Antunes define tradução como “um esforço dialético que busca estabelecer possibilidades de (re)significação e derivação estética”. Gosta desse conceito, pois derivar significa tanto “ficar à deriva” quando “ter origem em algo, do qual ao mesmo tempo se diverge em algum grau”. O professor Guilherme Contijo Flores, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entende o processo “como uma experiência limítrofe de linguagem que é, ao mesmo tempo, uma das mais comuns e recorrentes da história da humanidade”.

  

O escritor e tradutor José Francisco Botelho tenta uma definição mais subjetiva, lembrando a existência de várias metáforas que explicam o processo de tradução. Ele adota uma que pinçou da ODISSEIA, de Homero: “Um tradutor é como Ulisses descendo ao mundo dos mortos. Na orla do Hades, as almas acorrem e o cercam, mas perderam a memória e nada conseguem lhe dizer. Para devolver voz e memória aos mortos, Ulisses precisa verter sobre a terra o sangue de uma vítima sacrificial. O tradutor, contudo, deve verter seu próprio sangue e dá-lo de beber aos mortos. E assim os mortos falam, mas a voz que deles vem também traz o ressaibo do sangue que beberam”.

 

Uma primeira questão que se impõe para o tradutor é a maneira de lidar com o texto a traduzir. “A variedade de abordagens distintas contribui para a própria grandeza do original: ele se torna maior e mais vibrante pela multiplicidade de reflexos distintos que vai ganhando com o tempo. Cada nova tradução traz novas possibilidades de diálogo com as anteriores e com o original”, afirma Antunes.

 

Ao refletir sobre o texto de partida, o professor Rodrigo Tadeu Gonçalves, da UFPR, não consegue pensar em uma relação que deva existir, pois há diferentes modos de traduzir, todos válidos. Há traduções concebidas para serem mais “transparentes” e “claras”, atendendo a uma expectativa do mercado, em que o tradutor se esconde por trás do texto. Isso cria “a ilusão de que o texto de chegada é igual ao de partida, só que em outra língua”. Nessa situação, o tradutor produz um texto que não apresenta barreiras ao leitor, como se tivesse, de fato, sido escrito na língua de chegada, mas Gonçalves adverte: “Trata-se de uma ilusão”.

 

Quando o mercado editorial sustenta essa ilusão, que a tradução deve visar à fidelidade irrestrita, o mais usual é que contratos firmados com tradutores ou com editoras estrangeiras que adquirem os direitos de publicar uma tradução apresentem cláusulas proibindo que o texto seja alterado, diminuído ou aumentado. “Por um lado, claro, isso garante o máximo de fidelidade ao texto original e faz com que o leitor saiba que não vai ler uma adaptação, uma reescrita”, ressalta Gonçalves. “Por outro lado, por definição, esse contrato é impossível de se cumprir, porque uma tradução, só por ser uma tradução, é necessariamente diferente do texto original, e, por definição, altera, diminui, aumenta.”

 

A invisibilização do tradutor não é a única possibilidade de se verter um texto para outro idioma. Gonçalves esclarece que “a tradução literária pode fazer questão de mostrar a estranheza do texto e da língua originais, criando formas, padrões, ritmos, produzindo um texto em que o tradutor não se apegue, e que diga o tempo todo que está lá, e que o texto é uma tradução, desestabilizando a ilusão de igualdade, propondo com ousadia que a tradução é e não é igual ao texto original ao mesmo tempo”.

 

NÃO HÁ REGRA, MAS TRADUTORES EVITAM CERTOS PRESSUPOSTOS

 

Andrei Cunha afirma que, ao contrário de muitos de seus colegas, não acredita que haja regras definitivas ou que algumas formas de traduzir sejam hierarquicamente superiores a outras. “Um texto japonês da Antiguidade não é o mesmo tipo de desafio que um romance policial mexicano dos anos 1960”, compara. “Outros fatores entram em conta: posso traduzir o mesmo clássico grego mantendo a métrica, pensando em uma edição em prosa para um grande público, com vistas à encenação teatral, para um livro didático etc., e cada uma dessas traduções vai ser diferente, e – que é mais importante nesta minha argumentação – nenhuma delas intrinsecamente melhor.”

 

No seu entendimento, os prêmios de tradução no Brasil valorizam mais um ideal de “tradução artística”, mas mesmo essa categoria estreita abre lugar para um vespeiro de possibilidades. “Existem traduções que precisam de uma linguagem mais simples – por exemplo, quando associadas à arte sequencial ou audiovisual. Quando traduzindo para a televisão, o número de letras da legenda é um fator importante. E sim, eu considero a tradução de legendas e de histórias em quadrinhos como sendo tradução literária.”

 

Cunha lembra que um texto japonês publicado no Brasil terá mais notas de rodapé do que um texto de língua inglesa, “pois a praxe da comunidade leitora é diferente: o consumidor de romances japoneses, muitas vezes, busca esse tipo de texto porque deseja entrar em contato com aspectos da cultura e da sociedade do Japão, o que nem sempre é o caso com relação a outras culturas”.

 

Não existem regras, mas tradutores evitam ou observam determinados pressupostos. Guilherme Gontijo Flores, embora reconheça as dinâmicas do mercado editorial que exigem o contrário, defende que não haja pressa, pois “o tradutor precisa viver um tempo o texto para traduzir melhor”. Leonardo Antunes, lembrando a natureza artística e criadora da tradução, entende que ela precisa ser livre: “Não sei se há algo que não deva ser feito ou testado”. Para ele, mesmo projetos que pareçam fracassados apresentam potencial didático: “No mínimo, nos mostram o caminho que não serve a nós, mas que pode servir a outros”.

 

Quanto ao que é indispensável, Flores é taxativo: “Uma relação de afeto profundo com a língua de chegada”. A maioria das pessoas pensa que o tradutor precisa apenas dominar duas línguas, o mais importante, no entanto, “é ter um domínio profundo da língua em que escreverá a tradução”, pois “um tradutor que escreve mal é mau tradutor”.

 

Rodrigo Gonçalves aponta como fundamental que um tradutor tenha “bom domínio da língua de chegada e de partida, perseverança e bom ouvido para ler a tradução em voz alta”. Isso permite perceber se a tradução “soa bem, se não soa só como uma versão do outro texto na sua própria língua, com os cacoetes, trejeitos e sotaques da outra língua”.

 

NO BRASIL, HÁ ÓTIMOS TRADUTORES EM AÇÃO

 

Na atualidade, há vários tradutores celebrados no Brasil, mas essa fartura de bons profissionais não é recente. Guilherme Gontijo Flores remonta a Gregório de Matos, no século XVII, “já que no corpus atribuído a ele temos versões de Góngora e de outros autores”. Rodrigo Tadeu Gonçalves acredita que “essa é nossa vocação há muito tempo”. Lembra que dom Pedro II era tradutor de várias línguas (grego, hebraico, latim), e o século XIX viu também o nascimento de uma tradição brasileira de tradução criativa com Manoel Odorico Mendes, tradutor de Homero e Virgílio.

 

É no século XX que se estabelece, de fato, uma tradição, ressalta Flores. “No caso da poesia, que é o que mais me interessa, o trabalho dos poetas concretos com tradução foi fundamental para estabelecer uma série de pressupostos e levantar o nível geral do que consideramos ser uma boa tradução.” Para Leonardo Antunes, no século passado, não faltaram excelentes tradutores e teóricos da tradução no País. “Além dos nomes mais óbvios, como o dos irmãos Campos, José Paulo Paes, Décio Pignatari e Guilherme de Almeida, citaria, ainda, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Carlos Alberto Nunes, o próprio Manuel Bandeira e toda uma leva de tradutores ainda vivos e atuantes, como Jaa Torrano, João Ângelo Oliva Neto, Marcelo Tápia, Donaldo Schüler etc.” Antunes considera Haroldo de Campos o mais notório: “Além de ter sido exímio tradutor e poeta, propôs ideias radicalmente novas no campo dos Estudos da Tradução. Algo semelhante só surgiria cerca de 20 anos mais tarde na França, com Henri Meschonnic”.

 

Há algo como um padrão em cultura que querem construir sua identidade nacional através da tradução, incorporando obras e gêneros do outro ao seu tesouro nacional”, lembra Gonçalves. Isso aconteceu na criação da literatura em Roma nos séculos 3 e 2 a.C., por exemplo, quando a literatura latina nasceu como um conjunto de obras traduzidas do grego, e na Alemanha dos séculos XVII e XIX, com o Idealismo e o Romantismo, que tinham um componente identitário forte que buscava construir sua tradição e literatura a partir da tradução de tudo que fosse importante e relevante, explica, sugerindo que o Brasil tem essa mesma vocação.

 

Há muitas traduções diretas de várias línguas, e seria injusto citar nomes, mas basta olhar anualmente as listas de finalistas dos grandes prêmios de tradução para se ter uma ideia da diversidade e do impacto dessas obras”, afirma Gonçalves. Ele estabelece um contraponto a esse panorama, que é o mercado dos Estados Unidos: “muito pouco se publica em tradução, relativamente ao total de publicações. Uma cultura mais monolíngue, talvez, ou mais próxima do bilinguismo com o espanhol, mas essa é outra história”.

 

Andrei Cunha destaca o trabalho de Mamede Mustafa Jarouche, “que teve uma trajetória quase heroica no mundo acadêmico brasileiro, em defesa do ensino da língua árabe, e assinou a tradução do LIVRO DAS MIL E UMA NOITES (Globo, 2005)”. Cunha ressalta que não se deve esquecer que o árabe não é, historicamente, uma língua de prestígio no País. “Uma decisão de traduzir um livro do árabe encontra mais resistência do que de outras línguas percebidas no Brasil como detentoras de status cultural. Esse tipo de cálculo, infelizmente, ainda é decisivo para a publicação de uma tradução.” Ele define o trabalho de Jarouche como um ato de coragem. “Essa tradução das Mil e uma noites é uma das melhores e mais modernas do mundo. No Brasil, emprestou legitimidade e incentivo a traduções de fora do círculo estreito das línguas indo-europeias.”

 

ESTRATÉGIAS DISTINTAS CONFORME O PROJETO

 

Cada projeto demanda do tradutor estratégias e decisões distintas. Em CONTOS DA CANTUÁRIA (Penguim-Companhia das letras, 2013), primeira tradução integral em português dos versos de THE CANTERBURY TALES, de Geoffrey Chaucer, José Francisco Botelho criou uma Idade Média ficcional com toques linguísticos brasileiros, recorrendo à poesia oral popular, especialmente o cordel nordestino e a trova gaúcha.

 

De William Shakespeare, traduziu ROMEU E JULIETA (Penguim-Companhia das letras, 2016) e JÚLIO CÉSAR (Penguim-Companhia das letras, 2018), “utilizando diferentes tipos de versos para dar conta da imensidade de significados que o texto do Bardo nos propicia”.

 

Antes de verter para o português os FRAGMENTOS COMPLETOS DE SAFO (Editora 34, 2017), Guilherme Gontijo Flores precisou aprender e dominar um grande número de metros e ritmos da poesia grega arcaica, que tradicionalmente era cantada, para depois traduzir segundo esses ritmos. Isso foi necessário porque almejava “que o texto em português fosse potencialmente cantável nos mesmos metros e ritmos”.

 

Também se empenhou “para limpar do texto certa dicção esperada em textos clássicos”. Pretendia que Safo aparecesse viva, “um convite ao canto, para nos lembrar que os fundamentos da literatura ocidental estão na voz, e não na folha de papel”.

 

A versão para o português de O PARAÍSO RECONQUISTADO, de John Milton (Cultura, 2014), demandou 10 mãos: Guilherme Gontijo Flores, Adriano Scandolara, Bianca Davanzo, Rodrigo Tadeu Gonçalves e Vinicius Ferreira Barth. O grupo traduziu em decassílabos. “Nos encontrávamos com frequência para ler a tradução de cada trecho e suavizar diferenças, dando a ilusão de um texto construído por um único tradutor”, conta Flores.

 

Fonte: Jornal do Comércio/Caderno Viver/Vitor Necchi/Jornalista (UFRGS), mestre em Comunicação Social (PUCRS) e doutorando em Letras (UFRGS). Leciona na especialização em Escrita Criativa da Universidade Feevale. Autor de NÃO EXISTE MAIS DIA SEGUINTE (Editora Taverna), em 10/02/2019.