SHAKESPEARE A MANCHEIAS

Tudo está em William Shakespeare.  Nenhum outro autor da dramaturgia é mais prolífico e versátil.  Da comédia à tragédia, das cirandas amorosas às maquinações do poder, dos densos dramas históricos às flamantes crônicas de costumes, seus textos, tratados com reverência ou transgressão, seguem estofando peças e filmes.

Uma simbólica amostra do universo shakespeariano no cinema pode ser vista no Cine Santander em outubro/2016.  Selecionamos 13 filmes, dois deles destacando o autor como personagem.

Entre os destaques da programação, estavam adaptações de vertente mais clássica, como JÚLIO CÉSAR, MACBETH, HENRIQUE V e ROMEU E JULIETA, e longas que transportam Shakespeare para outros tempos e cenários, do Japão feudal de RAN ao Oregon contemporâneo de GAROTOS DE PROGRAMA.

10 COISAS QUE EU ODEIO EM VOCÊ (1999)

O texto cômico de A MEGERA DOMADA em versão contemporânea, com a história de garota que tem sua vida romântica condicionada ao sucesso amoroso da irmã mais velha.  Direção de Gil Junger.

MACBETH (1971)

Abalado pelo assassinato de sua mulher Sharon Tate, em 1969, Roman Polanski apresentou uma superviolenta adaptação do texto sobre o ambicioso general (Jon Finch) que assassina o rei da Escócia para lhe tomar o poder.  Sem apoio dos grandes estúdios para financiar a polêmica produção, o diretor do clássico O BEBÊ DE ROSEMARY (1968) foi bancado por Hugh Hefner, dono da Playboy.

GAROTOS DE PROGRAMA (1991)

O longa de Gus Van Sant tem em seu DNA traço dos dois volumes de HENRIQUE IV.  River Phoenix e Keanu Reeves vivem rapazes que se prostituem nas ruas, um sofre de narcolepsia e o outro quer se vingar do pai rico.

ANÔNIMO (2011)

Conhecido por seus blockbusters apocalípticos, Roland Emmerich ilumina nesta discreta produção a teoria de que as peças de Shakespeare teriam, na verdade, sido escritas por Edward de Vere, Conde de Oxford.

JÚLIO CÉSAR (1953)

Marlon Brando, apaixonado por Shakespeare, alcançou sua terceira indicação consecutiva ao Oscar encarnando o imperador romano assassinado por conspiradores.  Direção de Joseph L. Mankiewicz.

HENRIQUE V (1989)

O diretor Kenneth Branagh, empenhado encenador de Shakespeare, fez sua estreia no cinema vivendo o monarca que comandou os ingleses na Guerra dos Cem Anos contra a França.

MUITO BARULHO POR NADA (1968)

Kenneth Branagh apresenta a ciranda amorosa pontuada por idas e vindas de casais no vilarejo italiano de Messina, na Sicília, enredo que segue sendo o motor das comédias românticas.

RAN (1985)

Suntuosa recriação de REI LEAR no Japão do século 16.  O diretor Akira Kurosawa conta a história de um senhor feudal que decide passar seus domínios aos três filhos.  O poder, no entanto, corrompe, e tem início uma disputa fratricida.

RICARDO III – UM ENSAIO (1995)

O ator Al Pacino conduz um passeio pelos bastidores da encenação da peça homônima sobre o rei que ascende ao trono deixando um rastro de crimes – e morreu no campo de batalha implorando: “Meu reino por um cavalo”.

AMOR, SUBLIME AMOR (1961)

O aclamado musical ganhador de 10 Oscar, com direção de Jerome Robbins e Robert Wise, coloca a trama de Romeu e Julieta nos subúrbios de Nova York, onde gangues rivais se interpõem à trágica paixão de Tony (Richard Beymer) e Maria (Natalie Wood).

SHAKESPEARE APAIXONADO(1998)

Vencedor de sete Oscar, o longa de John Madden mostra o jovem Shakespeare (Joseph Fiennes) encarando uma fase de crise criativa e financeira na Londres de 1593, até encontrar uma musa inspiradora (Gwyneth Paltrow).

ROMEU E JULIETA (1968)

Franco Zeffirelli assina uma adaptação reverente da popular história dos jovens apaixonados que enfrentam a resistência de suas famílias rivais para consumar seu amor em Verona.

ROMEU + JULIETA (1996)

Baz Luhrmann espana a tradição e coloca Romeu (Leonardo DiCaprio) e Julieta (Claire Danes) vivendo sua tragédia amorosa numa cidade do litoral americano dos anos 1990, no embalo de Prince e Radio head.

PARA SEU FILHO LER

QUEM FOI SHAKESPEARE?

EM 2016: São lembrados os 400 anos de morte de William Shakespeare (1564 – 1616), inglês que é um dos mais importantes escritores de todos os tempos.

SUA OBRA:  Tem muitas peças de teatro e poemas.  Entre suas peças mais famosas, está ROMEU E JULIETA, a história de dois jovens apaixonados que têm de lutar pelo amor porque são de famílias inimigas.

APESAR DE:  Shakespeare ter morrido há tanto tempo, sua obra hoje ainda é muito lida por causa de sua qualidade.

ELE FOI: um autor tão genial, que algumas pessoas acham que ele não escreveu de verdade as peças e poemas.  Essas pessoas acham que outros autores escreveram no lugar dele.  Essa dúvida começou muito tempo depois que ele tinha morrido.

MAS A MAIORIA: Dos estudiosos diz que Shakespeare realmente existiu e escreveu suas obras.  E que ele foi mesmo genial.

Fonte:  ZeroHora / Marcelo Perrone / marcelo.perrone@zerohora.com.br em 06/10/2016.