TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
COMÉDIA ROMÂNTICA FRANCESA “UM AMOR À ALTURA” QUESTIONA PRECONCEITO CONTRA BAIXOS.
Um dos títulos em cartaz no Festival Varilux é uma adaptação francesa de uma comédia romântica argentina. Laurent Tirard, diretor de O PEQUENO NICOLAU (2009), refilmou em UM AMOR À ALTURA (2016) o longa CORAÇÃO DE LEÃO – O AMOR NÃO TEM TAMANHO (2013), de Marcos Carnevale. A nova versão da história sobre um homem pequeno que se envolve com uma mulher bem mais alta é protagonizada por Jean Dujardin, ator oscarizado por O ARTISTA (2011), e pela atriz belga Virginie Efira.
UM AMOR À ALTURA começa mostrando a advogada Diane (Virginie) recebendo a ligação de um desconhecido, Alexandre (Dujardin), que achou seu aparelho celular perdido e quer devolvê-lo. Quando se encontram, a bela loira tem uma surpresa: o homem tão simpático ao telefone tem apenas lm36cm. Os dois continuam a se encontrar e logo se apaixonam – mas Diane não está pronta para lidar com o preconceito de namorar um sujeito tão baixo. Em entrevista a Zero Hora, Virginie, que tem lm70cm, contou que foram utilizados diversos efeitos especiais para fazê-la parecer bem mais alta do que Dujardin, que mede 1m82cm. A atriz falou também sobre sua participação em dois filmes exibidos no último Festival de Cannes: ELLE, de Paul Verhoeven, estrelado por Isabelle Huppert, e VICTORIA, de Justine Triet:
- Em ELLE faço um papel pequeno. Já em VICTORIA, interpreto novamente uma advogada, desta vez defendendo um ex-traficante acusado de assassinato.
ENTREVISTA: VIRGINIE EFIRA – ATRIZ BELGA
Qual é o peso da imagem pessoal hoje na sociedade?
Isso é mesmo uma coisa importante hoje em dia. Mas liberar-se dessas imposições da imagem é uma responsabilidade pessoal de cada um. O filme também fala disso: como se libertar do olhar exterior. O personagem do jean fez todo um trabalho para aceitar-se como é. Já a minha personagem ainda vive dentro de uma série de convenções, de estereótipos.
Como foram realizados os efeitos especiais do filme?
Há uma série de efeitos especiais. Na maioria das vezes, o diretor Laurent Tirard optou por efeitos, digamos, mais artesanais, para que nós pudéssemos contracenar juntos de verdade. Às vezes, Jean ficava de joelhos e tinha uma espécie de banquinho com rodinhas para poder se deslocar. Em outras vezes, eu subia em um estrado. E ele tinha um dublê também, evidentemente. Mas, quando tinha que ser feita uma redução digital posteriormente, a gente contracenava desse jeito: eu olhando para baixo e ele para cima.
Como foi o clima com Jean Dujardin durante as filmagens de UM AMOR À ALTURA?
O ambiente foi realmente muito bom, tivemos um ótimo entendimento. O que aconteceu é que por causa dos efeitos especiais, nas cenas de dança, por exemplo, a gente não podia se tocar, o que cortava um pouco a onda. Mas, na sequência do restaurante, em que nós contracenamos de verdade, deu para improvisar e fazer algumas outras coisas.
*O jornalista viajou a convite do Festival Varilux.
Fonte: ZeroHora/Segundo Caderno/Roger Lerina* (roger.lerina@zerohora.com.br) em 19 de junho de 2016.